Com este diferencial na dotação orçamental, "a universidade vai ter, mais uma vez, de recorrer a receitas próprias que tenha, vai ter que equilibrar as finanças com os resultados dos projetos de investigação e confia na promessa feita pelo Governo da reposição dos salários, o que ainda é muito dinheiro", revelou o presidente do Conselho Geral da UBI.

Em declarações ao Urbi@Orbi, José Manuel Paquete de Oliveira considera que "tem havido a dificuldade de termos uma distribuição mais racional e mais equitativa" de verbas. "Há o caso das grandes universidades, como Lisboa, Porto, Coimbra ou Aveiro, que jogam com grandes números de alunos, e para estas instituições torna-se mais fácil", considera. De resto, relativamente à UBI a dotação orçamental por aluno é a quarta mais baixa do espectro universitário, com 3.356 euros, só atrás da Universidade do Minho (3.144 euros), da Universidade Nova de Lisboa (3.113 euros) e do ISCTE (1.996 euros).

Paquete de Oliveira acredita, no entanto, que "a UBI é um caso de sucesso ao nível da gestão" e que "o Governo tem a noção de que há universidades mais bem geridas do que outras, simplesmente há o receio de tocar nestas situações", adianta. "Este diferencial dava para a UBI gerir o ano sem grandes tropelias, mas assim têm que andar a pagar os vencimentos com dinheiros provenientes das receitas de investigação", revela.

O presidente do Conselho Geral vê "o problema da falta de verbas dos politécnicos da região" como sendo outro dos entraves a um maior financiamento da instituição. "A UBI viu-se obrigada a ter uma palavra de solidariedade", até porque, constata, "se acaso tivessem que fechar os politécnicos, isto envolvia um problema regional e político, sobretudo com as autarquias, porque os  politécnicos estão muitos mais ligados às autarquias". Paquete de Oliveira lembra que "o próprio reitor já referiu que, por solidariedade para com a região, a UBI se ia sustentar com as verbas que estavam".

Ainda assim, aquele responsável adianta que "os conselheiros, mais uma vez, manifestaram o parecer de que esta situação se arrasta cronicamente há muitos anos e que, embora compreendendo a situação de um Governo que acabou de entrar, entendem que esta situação tem que começar a ter, pelo menos, um esquema provisório que lhe vá dando solução, porque isto é muito perigoso", alerta.

Futuro Provedor do Estudante conhecido no próximo Conselho Geral

A última reunião do Conselho Geral serviu ainda para constituir a Comissão Eleitoral e para apresentar o respetivo regulamento do processo eleitoral, com o objetivo de eleger o próximo Provedor do Estudante, ato que deverá ocorrer no próximo dia 29 de abril.

Está aberto desde esta segunda-feira, 21 de março, e até ao próximo dia 4 de abril, o período de candidaturas com vista ao cargo de Provedor do Estudante da UBI.

No dia 5 de abril as candidaturas serão analisadas e aprovadas, tendo em conta os princípios definidos aquando da criação da Comissão Eleitoral, formada pelos cinco alunos conselheiros do Conselho Geral: o presidente Jorge Pereira, e Anabela Carvalho, Andreia Jesus, Gregory Dutra e Joana Teresa Santos.

A 6 de abril os candidatos que forem aprovados recebem a notificação do dia e hora da audição, que decorrerá entre 13 a 14 do mesmo mês. Finalmente, a 29 de abril, na véspera do dia da UBI - que este ano comemora 30 anos de existência -, o Conselho Geral reúne, procedendo à nomeação do próximo Provedor do Estudante para o biénio 2016-2018.

Entretanto, o atual Provedor do Estudante, Luís Lourenço, já se mostrou disponível para continuar a desempenhar o cargo.