O I Concurso Internacional de Percussão da Beira Interior foi organizado pelo Presidente da Associação Cultural da Beira Interior (ACBI), Luís Cipriano. O evento prolonga-se por quatro dias, sendo que amanhã, quarta feira, decorrerá a final, onde serão eleitos os vencedores das diferentes categorias.

As inscrições para este concurso realizaram-se ao longo de quatro meses. O objetivo é escolher os melhores artistas de quatro diferentes categorias, sendo elas A, B, C e D, tendo em conta a idade dos concorrentes. "Faz todo o sentido que assim seja, pois seria impensável um tipo de 25 anos, que à partida poderá estar a fazer mestrado, concorrer com uma criança de 10 anos, que ainda está no início da sua vida enquanto possível artista", diz Luís Cipriano.

Marco Fernandes, que é professor de percussão na Escola Profissional Metropolitana (EPM) e na Universidade de Évora, e Aldovino Munguambe, professor no Conservatório de Música de Seia e na EPABI, ficaram encarregues de dar arranque a este concurso, optando por realizar o concerto em três momentos. Num primeiro momento, atuaram juntamente com um aluno da EPABI, João Semedo, seguindo-se uma atuação a solo do professor Marco Fernandes e terminando com um dueto dos dois professores. "O motivo pelo qual foi decidido que seriam dois jurados a fazer a abertura deste concurso é muito simples: considerámos que seria interessante e bastante importante os concorrentes, principalmente os mais novos, ficarem com uma pequena noção de quem os vai avaliar e saberem que não é um membro dum rancho qualquer que está lá a opinar sobre a performance deles, mas sim grandes artistas musicais que já contam com um grande percurso no mundo da música", explica Luís Cipriano.

"Este vem sendo um sonho antigo que eu tenho e que só agora consegui realizar", conta o presidente da ACBI, explicando que "com a antiga Câmara Municipal foi impossível obter o apoio necessário à realização deste evento e só agora é que, finalmente, conseguimos". O maestro esclarece que as grandes marcas de instrumentos musicais, como seja a Remo, a Majestic e a Zudjian, "tiveram um enorme contributo na realização deste concurso cedendo o material necessário. Estamos a falar de um valor que ronda os 120 mil euros, e tendo em conta que é um concurso que é realizado pela primeira vez é bom receber confiança por parte das marcas".

"Quarenta e dois inscritos, para uma primeira edição deste concurso é muito bom, ultrapassa o número que nós esperávamos e se me dissessem que na segunda edição também teríamos 42 concorrentes eu ficaria muito satisfeito", declara Luís Cipriano. Relativamente aos prémios, o organizador conta que estes serão diferentes de categoria para categoria, sendo que o prémio para a categoria D são cinco concertos no valor de cinco mil euros, de maneira a que "esta não seja uma situação estanque e possamos dinamizar a Beira Interior", declara o presidente da ACBI. O prémio para a categoria C é composto por dois concertos e a presença na Orquestra de sopros da Comunidade Europeia, na Eslovénia, enquanto que o da classe B é a presença na Semana Internacional de Música do Luxemburgo. Já o prémio dedicado à classe A é apenas acessório uma vez que, segundo Luís Cipriano, "não tem sentido entregar dinheiro a uma criança, daí que os prémios da classe A serão em material musical".

No concerto de abertura estiveram presentes Vítor Pereira, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã e Jorge Torrão, Vereador da Cultura e Educação da Câmara Municipal da Covilhã. Este concurso terá continuidade no próximo ano com a segunda edição, após a qual passará a realizar-se de dois em dois anos.