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Arte junta João Soares e Jerónimo de Sousa na Covilhã
Carla Sousa · quarta, 16 de mar?o de 2016 · Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), e João Soares, Ministro da Cultura, marcaram presença na apresentação do livro "As Pinturas do Salão dos Continentes na Casa das Morgadas e a Arte da Covilhã no Início do Século XVIII". A iniciativa decorreu no passado dia 11 de março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. |
João Soares na apresentação do livro no Salão Nobre da Câmara da Covilhã |
21983 visitas Esta publicação da autoria de Vítor Serrão, Maria do Carmo Mendes e Ricardo Silva retrata todo o processo de reabilitação das pinturas do Salão dos Continentes, que se encontram no edifício da Casa das Morgadas, o qual alberga a sede do Partido Comunista desde o ano de 1975. Vítor Serrão, considera que esta obra, agora editada pela Câmara Municipal da Covilhã, “é um contributo muito importante não apenas para a história regional e para o património da Covilhã propriamente dito, mas numa perspetiva micro artística para o estudo do património português da época barroca”. As pinturas proto-barrocas, existentes na Casa das Morgadas, mostram imagens dos quatro continentes que foram explorados pelos portugueses na época dos descobrimentos marítimos e deste modo, representam a visão do mundo conhecido até finais do século XVII. Neste sentido, afirma que aquelas se constituem como “uma obra notável porque não há muitas pinturas de caráter profano na Beira Interior, esta é a mais relevante e é uma obra que prova que uma obra de arte quando devidamente avaliada e entendida como um elemento dialogal, conta histórias, é capaz de testemunhar um contexto temporal”. De acordo com o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, o lançamento desta obra representa “um momento simbólico porquanto marca de alguma forma uma viragem na abordagem cultural do Município e da valorização do seu património”. A recuperação das pinturas do Salão dos Continentes, da Casa das Morgadas deu-se em 2002 e “tornaram-se entretanto uma importante referência patrimonial da cidade da Covilhã. Considero mesmo que, devido à raridade do tema que representam, elas possuem inegável interesse nacional”, garante Vítor Pereira. Na cerimónia, o Ministro da Cultura reconhece que o “partido comunista é um grande partido do povo, um grande partido da esquerda portuguesa e é um partido como aliás demostrou aqui na Covilhã, nesta obra notável, de preservação de um património que é também seu, enquanto proprietário do centro de trabalho. (…) Revelou mais uma vez uma imensa sensibilidade para as questões da cultura na nossa terra”. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, salienta o facto de que este “deve ser o único centro de trabalho do país que está aberto à população, sem senhas de entrada, a quem queira visitar, aqui na nossa sede, isto dá uma dimensão do valor que damos à cultura”.
Vítor Pereira pediu apoio na Cultura a João Soares
Aproveitando a presença do representante do Ministério da Cultura no evento, o autarca do Município da Covilhã solicita o apoio de João Soares para concretizar “os projetos e ambições de política cultural na Covilhã”. O edil assume que pretende que “a Covilhã se afirme no curto/médio prazo como o principal polo de dinamização e produção cultural da região e do Interior de Portugal e é para isso que estou a trabalhar”. Desta forma, no domínio cultural define como principal prioridade a recuperação do Teatro Municipal, pois assegura que “o Concelho da Covilhã não dispõe hoje de uma sala de espetáculos que permita uma programação condigna e promova a criação cultural dos agentes locais”. Outra das apostas culturais de Vítor Pereira passa por aproveitar as obras de arte urbana que estão espalhadas pelo centro histórico da cidade. “É uma aposta que queremos continuar a fazer e na qual pretendemos evoluir, pedindo desde já o seu apoio, Senhor Ministro, para aquilo a que queremos chamar o primeiro Museu de Arte Contemporânea a céu-aberto em Portugal”, confidencia o representante da câmara. A estes pedidos, João Soares responde que “a escassez de recursos financeiros não é apenas da Câmara Municipal da Covilhã, é também do governo do país e nomeadamente do Ministério da Cultura que está a viver um momento particularmente difícil (…), mas nós temos procurado no plano da articulação com as autarquias locais e com o poder local, no plano de articulação com as várias forças presentes na sociedade civil encontrar soluções de imaginação e inteligência para cumprirmos as nossas responsabilidades no que diz respeito à proteção e à preservação do nosso património”. |
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