A iniciativa já vem sendo desenvolvida desde há alguns anos, sendo que assume já um caráter quase obrigatório para os estudantes do segundo ano do Doutoramento em Gestão que "vêm apresentar o projeto de investigação, ao qual têm que ter uma validação de um fator para poderem continuar com o seu trabalho para a tese", refere o coordenador do terceiro ciclo em Gestão, João Ferreira.

Através da vinda de arguentes de outras universidades, os discentes podem beneficiar "dos contributos de uma perspetiva externa, que propicia que, eventualmente, possam discutir e ponderar com os seus orientadores possibilidades e alternativas de condução e de desenvolvimento futuro do projeto para a elaboração de uma tese, que se espera que seja mais competitiva e mais enriquecedora", afirma.

Até ao momento, esta forma de atuação tem tido um balanço positivo e a palavra de ordem é para lhe dar continuidade. "O feedback que temos recebido por parte de todos os stakeholders envolvidos, dos alunos, dos colegas e das universidades externas que têm colaborado connosco têm vindo de facto a dar alento e a manifestar bastante interesse por este tipo de evento e portanto é nossa contribuição dar continuidade a este tipo de iniciativa", adianta o docente da UBI.

Também o presidente do Departamento de Gestão e Economia, Alcino Pinto Couto, admite a importância desta ação para o desenvolvimento do terceiro ciclo de estudos. "No doutoramento há dois princípios comuns de atividades de aprendizagem fundamentais: que é o escrutínio e a interação. Estes espaços, numa lógica de seminário ou de debate público, de confronto são fundamentais nesse processo de aprendizagem específico, de criação de conhecimento no doutoramento".

Como temática para a realização da sua tese de Doutoramento em Gestão, Isabel Ebo escolheu "A Eficiência do Modelo de Excelência nas Instituições de Ensino Superior". "O objetivo era fazer um estudo comparativo entre Portugal e Angola, mas depois do contributo que recebi da arguente vou ter que repensar melhor o objeto de estudo, não em termos de excelência mas em termos de realidade, ou seja, se será um estudo comparativo entre Portugal e Angola ou um estudo só sobre Angola, tentando ver as boas práticas noutros países", explica a estudante de Doutoramento.             

De resto, reconhece que uma investigação na área da qualidade da gestão no ensino superior vai de encontro àquelas que são "as preocupações também das entidades governativas em Angola sobre a qualidade do ensino. Se os gestores conseguirem de facto gerir as instituições de forma excelente isso vai ter influência positiva naquilo que é o próprio ensino aprendizagem". Para a aluna da UBI "o seminário é fundamental e oxalá que este tipo de prática continue. As contribuições são fundamentais porque nós às vezes temos umas ideias e o contributo das outras pessoas, dos arguentes com mais experiência, com mais conhecimento acabam então por nos alertar para aquilo que seria o mais útil para a investigação".

Aproveitando a boa fase que o turismo atravessa em Portugal, a doutoranda Cátia Jesus debruça-se sobre o tema relativo à "Experiência Turística de Cocriação: a Integração de Recursos pelos Consumidores em Eventos Turísticos". "A experiência do consumidor difere de consumidor para consumidor, é completamente intrínseco e a experiência de co-criação é tentar chegar realmente à criação de valor para o cliente", especifica. Relativamente aos reparos que lhe foram apontados considera-os "super pertinentes, vou tê-los em consideração, foram sem dúvida uma mais valia".