A perspetiva comparativista aplicada a um extenso corpus visou provar a evolução ou permanência da perspetivação das personagens femininas ao longo da produção romanesca dos dois maiores vultos da prosa portuguesa e brasileira, respetivamente, ambos nascidos no século XIX e introdutores do realismo literário nos respetivos países.

A tese sustenta igualmente a possibilidade de fazer uma ligação entre os seres de papel dos romances em causa e a mulher oitocentista visionada por Eça e por Machado, tendo até em conta a teoria mimética subjacente aos movimentos estéticos em que estes autores se movem, o romantismo e o realismo.

Havendo já trabalhos comparativistas sobre estes autores, nenhum até agora se tinha aventurado a abranger todo o universo feminino dos romances queirosianos e machadianos, uma empreitada a que os arguentes Carlos Reis, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra e um dos maiores especialistas queirosianos no mundo, e Arnaldo Saraiva, Professor Catedrático jubilado da Universidade do Porto e profundo conhecedor da obra machadiana e ensaísta da literatura brasileira, apontaram as virtudes e os riscos.

O júri foi presidido por António dos Santos Pereira, Professor Catedrático da UBI, em representação do Sr. Reitor, fazendo ainda parte do júri os vogais Cândido Oliveira Martins, Professor Associado da Universidade Católica Portuguesa - Pólo de Braga, Gabriel Magalhães, Professor de Literatura Portuguesa Romântica e Realista do Departamento de Letras da UBI, e ainda Cristina Vieira, Professora do mesmo Departamento, na qualidade de orientadora da tese.