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Las Palmas chega à Covilhã
Joana Reis · quarta, 2 de mar?o de 2016 · Documentário de Edlisa Barbosa Peixoto lotou a sala da Cooperativa de Intervenção Social Coolabora. |
Apresentação do documentário Las Palmas. Foto: Coolabora |
21954 visitas Edlisa Peixoto, Psicóloga Clínica, apresentou na segunda feira o documentário que filmou durante os últimos 9 anos: “Las Palmas”. Trata-se de uma curta metragem sobre uma comunidade que em situação de pobreza extrema reinventou a economia local. Para poder fazer o filme, a realizadora dedicou-se à aprendizagem de técnicas de áudio visual em meios eletrónicos. O documentário “Las Palmas” tem como objetivo principal divulgar informações que dizem respeito à economia criativa e solidária, em organizações cooperativas que intervêm nesse segmento. O trabalho consistiu em relatar a vida adversa de uma comunidade de cerca de 1500 famílias que na década de 70 foram desapropriadas das suas casas numa zona pesqueira no Estado do Ceará, mais propriamente Beira Mar. As famílias foram obrigadas a deslocar-se 20 km, para Conjunto de Palmas, e de uma paisagem de praia, para uma nova visão de monte e lama. Com apenas 30 dias para construírem as suas novas casas, ou o termo utilizado pela oradora, “barracos”, e uma nova vida sem as condições básicas para um ser humano: sem água, saneamento, eletricidade, telefone, a comunidade teve de aprender a sobreviver. Esse trabalho representou muito esforço e dedicação por parte de uma comunidade não instruída. Juntos construíram um bairro com infraestruturas com as condições de vida necessárias, deixando para trás o que no início era uma favela. Uma luta de que saíram vitoriosos, mas sem que os problemas tenham chegado ao fim. Findas as obras, surge a pergunta sobre como sustentar esses “luxos”. “Com força e companheirismo iniciaram um ativo movimento de reivindicação e lutas. Alcançaram novos objetivos criando o seu próprio banco e a sua própria moeda”, conta Edlisa. Assim surgiu não só no Brasil, mas também em toda a América Latina, o primeiro banco popular, além da “palmatecnologia” que neste momento está a ser multiplicada pelo governo federal em 100 municípios brasileiros e exportada para o mundo. A oradora afirma que o que a moveu a concretizar este projeto e a contar esta história real foi sobretudo a influência familiar. Nasceu numa situação tranquila, estudou em boas escolas, numa vida distante de dificuldades, mas o seu pai nascera numa família pobre, com bastantes dificuldades, e toda a vida lhe transmitiu essas ideias. Com muitas adversidades o progenitor conseguiu singrar na vida e realizar o seu sonho de se formar em Medicina. A partir desse momento passou a acreditar que “se uma pessoa quiser muito uma coisa consegue alcançar”, transmitindo-lhe esses valores a ela própria. A longa metragem de 56 minutos é fruto de uma pesquisa aprofundada, elaboração de um roteiro, numa busca que durou nove anos. O documentário Las Palmas, que percorreu algumas cidades do nosso país, continua a digressão, brevemente em Coimbra e Abrantes. |
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