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Melhor amigo do homem mostra a sua raça
Sara Guterres · quarta, 2 de mar?o de 2016 · Com mais de 100 anos de existência, a Exposição Canina visa promover e divulgar as capacidades particulares de cada raça. Este é um projeto desenvolvido pelo Clube Português de Canicultura (C.P.C), em parceria com os diferentes municípios. |
Exemplares da raça Serra da Estrela em ringue |
21976 visitas Um dia, um espaço, uma estrela: o cão. Um dos mais populares animais de estimação, considerado por muitos o melhor amigo que o homem pode ter, brilhou na sétima edição da Exposição Canina Nacional do Fundão que teve lugar no Pavilhão Multiusos da cidade, no passado dia 28 de fevereiro. Rottweiler, Bulldog e Serra da Estrela foram algumas das raças presentes nesta exibição canina. A exposição surge enquadrada num programa alargado, que já decorre há mais de um mês, constituído por diversas atividades direcionadas para a promoção da canicultura. O objetivo primordial desta exibição canina passa por auxiliar os próprios criadores na potenciação das capacidades dos seus cães, tal como explica João Silvino, responsável técnico do evento. O número de exemplares inscritos superou as expectativas. Apesar de se registar um decréscimo, em relação ao ano anterior, a sétima edição contou com a presença de 453 cães das mais variadas raças. A organização estava à espera que houvesse uma descida de número de inscritos na ordem dos 30%, mas a diferença registada não foi tão elevada como se esperava. Este declínio é explicado por João Silvino como “resultado de uma contingência de calendário”, que se prende com o facto de se terem realizado, no mesmo dia, duas exposições, uma em Valladolid e outra no Fundão. “A existência de duas exposições no mesmo dia, em locais diferentes, faz com que muitos espanhóis não venham para aqui, mas também faz com que muitos portugueses se desloquem a Espanha. Isso leva a que a quantidade de participantes seja inferior”, comentou o técnico. Provenientes de países vizinhos, como Espanha e Alemanha, muitos são aqueles que, apesar da distância, atravessam fronteiras, perfazendo vários quilómetros para estar presentes num evento com estas valências. “É interessante porque nós não recebemos na exposição apenas pessoas de Norte a Sul de Portugal, mas também do estrangeiro. Ainda não fiz esse levantamento, mas posso dizer que há espanhóis, alemães, e já ouvi expositores a falar exclusivamente em inglês”, mencionou, com satisfação, o responsável pelo evento. Passo a passo, treino a treino, é este o dia-a-dia de um cão de exposição. “Estes cães têm que ter um treino desde bebés. Aprendem a ser manuseados, a ser tocados por outras pessoas que não os criadores, a correr ou marchar ao nosso lado sem puxar ou sem ir aos saltos. Acima de tudo, têm que ser cães com caráter fácil, que cooperem com os próprios treinadores”, frisou uma das criadoras de Welsh Corgi Cardigan, Sara Mendonça, que já participa nesta exposição há três anos. Se são muitos os cães habituados a estas andanças, também há aqueles que participam pela primeira vez no concurso. É o caso do Bali, um Pastor de Shetland. Zélia Morais explica que a principal razão que a fez inscrever o seu cão na exposição foi o facto de “querer que ele convivesse com outros cães”. “O treino foi o que correu menos bem, normalmente costumo treiná-lo com gratificações. Sei que há muitos cães que não são treinados assim. É mais eficiente castigá-lo quando não faz bem, mas eu não consigo”, confessou. Apesar da inexperiência, Bali foi galardoado com o prémio de melhor exemplar do grupo em que estava inserido. Foram cinco os juízes, de quatro países diferentes, responsáveis pelas avaliações. Os júris fazem a sua avaliação consoante o estalão da raça que lhes compete. Sendo que as regras que lhes permitem analisar a performance de um cão são previamente estipuladas pela Federação Cinológica Internacional. “Cada raça tem o seu estalão, tem o seu standard perfeitamente definido e é a partir disso que nós analisamos os cães. Contudo, o standard não é algo matemático, ou seja, tendo em conta o gosto pessoal de cada um, há coisas que podem variar de juiz para juiz”, confessou José Pacheco, um dos júris da exposição, responsável pela análise da raça Dogue Alemão. Sujeitos à supervisão dos juízes, os cães fazem jus ao que aprenderam com os seus treinadores. Luís Catalan, vice-presidente do Clube Português de Canicultura, expôs o que está em causa neste tipo de competição. O gosto por cães trouxe muita gente ao recinto para assistir à exposição. É o caso de Sofia Carneiro, residente na Covilhã, que se deslocou de propósito à cidade do Fundão para presenciar a sétima edição da exibição canina. “Não é muito comum haver eventos com cães e acho bem que exista este tipo de iniciativa para que nós possamos ver e conhecer raças de que se calhar antes nunca tínhamos ouvido falar”, mencionou. Este ano, a exposição contou com uma novidade. Mini Apresentador Fundão: uma iniciativa dedicada aos mais novos, aos jovens e futuros canicultores, que tiveram oportunidade de demonstrar o seu talento. Já há data prevista para a oitava edição da Exposição Canina Nacional do Fundão. Segundo informação revelada pela organização do evento, a próxima exibição de cães está agendada para o final do mês de fevereiro de 2017 e “irá contar com novidades”. Foi acordado, entre os responsáveis das exposições do Fundão e de Valladolid, num espírito de “cooperação transfronteiriça”, desenvolver futuras atividades em conjunto. |
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