Apesar da maioria dos versos se centrar no amor entre um homem e uma mulher, a escritora refere que neles projeta a sua própria vida. "Há quem faça uma autobiografia ou escreva a sua vida em romance, eu escrevi em poesia. Retrato o meu dia-a-dia, os meus problemas, as minhas alegrias, a minha família, o nascimento dos meus netos, os aniversários e os meus amigos", acrescenta.

A sessão de abertura da apresentação da obra ficou a cargo de Maria Albertina Morais, uma amiga de longa data da autora. A também professora fez questão de mencionar que "já desde criança a Maria revelava capacidades especiais para a escrita e por isso ama esta forma de expressão".

António Duarte proporcionou variados momentos musicais aos presentes e musicou um poema de Maria Nazaré, cujo título é "Hoje tive um sonho feliz”. O músico afirma que é "um prazer colaborar com a cultura".

O evento, que alia a escrita, à música e às artes plásticas contou também com a projeção de vídeos com a voz da escritora a declamar os seus próprios poemas, tais como "Destino, peço-te clemência" e "Nesta encosta ensolarada".

Jorge Torrão, vereador da cultura da Câmara Municipal da Covilhã, também esteve presente nesta iniciativa e assegura que "para escrever este livro é preciso ter tido múltiplas experiências durante a vida". 

A autora, que se considera uma romântica, aponta os seus romances, namoros e a vida do quotidiano como fontes de inspiração. Na verdade, todas as circunstâncias são motivo para dar azo à escrita criativa. Deste modo, nem mesmo o tempo em que esteve emigrada em França foi descurado, por isso dedica-lhe um verso, com o título "Voltei à minha terra". "Escrevi-o quando tinha muitas saudades do meu país e da minha terra", afirma.

A Serra da Estrela também faz parte de um dos seus poemas. Através de "O amor no azul dos meus silêncios", Maria Nazaré Gonçalves espera que os leitores tenham a possibilidade de "viver um bocadinho as alegrias que eu tenho vivido", diz.

Para além destes duas publicações, tem também cinco coletâneas redigidas em conjunto com outros poetas. Já para o futuro, resultado de inúmeras solicitações que tem recebido, a escritora perspetiva editar um terceiro livro, "até porque existe material e ideias para isso, eu tenho para cima de 6000 poemas escritos, eu não passo dia nenhum sem escrever eu tenho que escrever, é mais forte do que eu", confessa.