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UBI promove Tele-Saúde
Rafael Mangana · quarta, 3 de fevereiro de 2016 · A Universidade da Beira Interior (UBI) promoveu, no passado dia 28 de janeiro, um workshop/seminário sobre "Tele-saúde: Interoperabilidade, qualidade e sustentabilidade económica". A iniciativa surgiu no âmbito do polo de Tele-Saúde da Cova da Beira e da futura "Formação Avançada em Tele-Saúde", que arranca na Faculdade de Ciências da Saúde no próximo ano letivo. |
O workshop / seminário decorreu na Faculdade de Ciências da Saúde no passado dia 28 de janeiro. |
21963 visitas Começa já no próximo ano letivo uma pós-graduação na UBI na área da Tele-Saúde. Trata-se do uso de tecnologias de telecomunicação e de informação para disponibilizar serviços médicos a populações mais isoladas, não havendo a necessidade de deslocação por parte dessas pessoas, muitas vezes carenciadas. UBI, Centro Hospitalar Cova da Beira, Câmara do Fundão, Câmara da Covilhã, Câmara de Belmonte e PT são os parceiros do polo de Tele-Saúde da Cova da Beira, que trabalham no terreno para implementar este procedimento na região. No passado dia 28 de janeiro os parceiros reuniram na UBI, promovendo um workshop / seminário destinado a investigadores, docentes, gestores e técnicos de saúde, autarcas e representantes da indústria. "A tele-monitorização de parâmetros de saúde é uma opção estratégica da faculdade", explicou o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). "Trata-se de uma área transversal, que tem uma visão que consideramos ser a visão para o futuro. É multidisciplinar, multiprofissional e integra várias vertentes que permitem responder a desafios do ensino, da investigação e da comunidade", defendeu Luís Taborda Barata. Aquele responsável sublinhou que esta é uma área que "ao longo do tempo foi-se consolidando e este ano é já, em termos de plano de atividades, como uma das cinco áreas estratégicas da faculdade". De resto, assegurou que "a FCS vai continuar a trabalhar com o polo de trabalho" e "quer ser um parceiro extremamente ativo nesta plataforma na sua realidade que é servir e permitir e complementar a nossa intervenção nas outras áreas estratégicas, no âmbito da saúde, do envelhecimento e das doenças crónicas", disse. Uma ideia complementada pelo diretor do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) e docente da UBI, Miguel Castelo-Branco. "Estes são projetos colaborativos internamente – temos um projeto de um curso de pós-graduação que arrancará no próximo ano e que integra docentes e alunos da Faculdade de Ciências da Saúde, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e da Faculdade de Engenharia, num processo de integração", explicou. "Temos depois as relações externas com as autarquias, outras entidades, outras universidades, no sentido de criar inovação, novas soluções. Temos alunos de Medicina, das Engenharias e de outras áreas, que estão já envolvidos em projetos para trazer novas soluções para a área da saúde e do acompanhamento do cidadão", rematou Miguel Castelo-Branco. "A universidade está consciente da importância do tema. Estamos numa zona altamente desertificada, com carências e com uma população extremamente envelhecida", lembrou o reitor da UBI. António Fidalgo sublinhou o "apoio institucional", referindo que "nada melhor do que uma universidade com as competências científicas na área da saúde, das telecomunicações e informática para fazer essa junção". Uma das entidades dinamizadoras do projeto de Tele-Saúde na Cova da Beira foi a Câmara do Fundão. Perante a realidade demográfica da região, "fomos procurar o que podiam ser quadros de solução e de oportunidade", até porque "na área da saúde não é nada fácil fazer alterações, tendo em vista até o superior interesse dos utentes, e qualquer solução que se possa estabelecer, tem que ser muito testada", explicou o presidente daquela autarquia. "E tudo isto trouxe este consórcio, desenvolvido nesta triangulação entre a componente da oferta dos serviços – aqui expressada pelo CHCB -, a universidade - com o seu conhecimento associado – e estruturas que representam muito esta questão territorial – como as autarquias –, que podem ajudar e facilitar aquilo que possa ser a intermediação de todas as entidades", defendeu Paulo Fernandes. O autarca lembrou a importância desta área "para melhorar e até resolver alguns dos maiores problemas que temos na prestação de serviços à população". Pioneiro na utilização da Tele-Saúde na área da Anatomia Patológica, e em representação do Ministério da Saúde, o Coordenador do grupo de trabalho de Tele-Saúde referiu que se trata de "uma ferramenta essencial para mudar a forma como encaramos a saúde. A saúde era só para doentes agudos, e nós transformámos as doenças agudas em doenças crónicas, mas esquecemo-nos de nos preparar para as tratar", lembrou Luís Gonçalves. "A Tele-Medicina ou Tele-Saúde pretende ser uma ferramenta que contribua decisivamente para esta mudança de paradigma, em que os sistemas de informação aplicados à saúde sejam integrados na assistência sanitária e aí acaba a Tele-Medicina", defendeu, lembrando que "ela vai deixar de existir e quanto mais depressa isso acontecer quer dizer que o nosso trabalho foi bem feito". Presente no seminário esteve ainda Laurent Billonnet, um dos maiores especialistas mundiais da área. O professor da universidade francesa de Limoges, explicou a estratégia desenvolvida em torno daquela cidade e da região circundante. Partindo de cursos que já tinha a universidade, foi criado um master internacional, para o qual foram convidadas 18 universidades. De resto, a Tele-Saúde integra a estratégia da região, "toda a região desenvolveu uma estratégia em torno da Tele-Saúde e o master é uma das componentes dessa estratégia", explicou Laurent Billonnet. De resto, a UBI está neste momento a trabalhar para constituir uma parceria com a Universidade de Limoges.
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