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Investigadora do FibEnTech vence prémio “Boas Práticas em Alqueva”
Carla Sousa · quarta, 3 de fevereiro de 2016 · Continuado Maria de Fátima Carvalho, membro integrado da unidade de investigação Materiais Fibrosos e Tecnologias Ambientais (FibEnTech) da Universidade da Beira Interior (UBI) venceu o Prémio GPA EDIA "Boas práticas em Alqueva", na categoria "Inovação". |
Maria de Fátima Carvalho (à direita) venceu o prémio na categoria "Inovação". |
21977 visitas O projeto distinguido intitula-se "H2O Processing & Mitig: Mitigação de CO2 atmosférico, produção de soluções nutritivas, corretivos organominerais e produtos hortofrutícolas através de processo inovador de tratamento de água residual de queijarias" e trata-se de um sistema inovador de tratamento de águas residuais, provenientes de queijarias, que poderão ser utilizadas para reutilização agrícola. Esta investigação, que permitiu a criação de uma patente que já está a ser comercializada por uma empresa de abastecimento de água e tratamento de resíduos, poderá originar uma segunda que contará com a colaboração da UBI. Apesar de ainda não ter sido aprovada, "a segunda patente já passou por várias fases de exame. Em conjunto com a UBI, existe a possibilidade de afinação de efluente e do tratamento com plantas, fitorremediação, que será também muito adequada para uma zona como a Serra da Estrela, para as pequenas queijarias", explica Maria Carvalho. De acordo com a investigadora, "este trabalho terá uma enorme potencialidade de aplicação numa região demarcada do queijo Serra da Estrela, resolvendo o problema do tratamento de águas residuais de queijarias de pequena dimensão e com pouca capacidade económica, que normalmente não têm solução de tratamento". Com uma preocupação em "desenvolver novas soluções para o tratamento de águas residuais de queijarias que fossem simples e baratas", este estudo teve início em 2008 e resultou da tese de Doutoramento de Ana Rita Prazeres, atual investigadora do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (CEBAL). Deste modo, esta equipa de investigação, constituída por estes dois elementos, procurou "criar um tratamento inovador, e para isso alteramos o estado na técnica, aplicamos processos de precipitação química em meio básico. Estes permitem remover o cheiro, a matéria orgânica e a matéria em suspensão, uma vez que estão em meio básico, existe a necessidade de correção do PH". Para tal, empenharam-se no "desenvolvimento de um processo, que sem adição de reagentes consegue baixar esse PH, e que passa pela mitigação do CO2 atmosférico, aliando-o também ao tratamento de água". Assim, através deste sistema, que não é tóxico e é rico em cálcio, é possível "produzir um subproduto que se designa de lamas e que são consideradas um corretivo agrícola rico em matéria orgânica e em sais minerais". Neste sentido, após a aplicação da água residual tratada na agricultura, especificamente na cultura do tomate e da alface, "verificamos que essa água conseguia produzir tomate mais enriquecido em antioxidantes". O projeto, que contribui para reduzir a contaminação das águas residuais e minimizar os problemas ambientais associados aos gases com efeitos de estufa, recebeu um prémio monetário no valor de 2500 euros. Para além disso, também já foi contemplado com a atribuição de outros prémios, como o Prémio Extraordinário da Universidade da Extremadura, menção honrosa da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, Prémio Vida Rural, Poli Empreende e foi reconhecido como uma tecnologia da Rede Inovar. O prémio foi atribuído pelo Green Project Awards (GPA), em parceria com a Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) e tem como objetivo reconhecer boas práticas em projetos que promovam o desenvolvimento sustentável na região de Alqueva.
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