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“Almas (forças) da Covilhã” em discussão na Biblioteca Municipal
Carla Sousa · quarta, 27 de janeiro de 2016 · No passado dia 20 de janeiro realizou-se, na Biblioteca Municipal da Covilhã, mais uma sessão dos "Encontros na Biblioteca", subordinada ao tema "Almas (forças) da Covilhã". O orador convidado foi Manuel Marques, que abordou vários acontecimentos que marcaram a história da cidade da Covilhã e das suas gentes. |
Manuel Marques foi o convidado de mais uma sessão dos "Encontros na Biblioteca" |
21996 visitas Através da força da palavra, Manuel Marques analisa "os problemas da cidade, alguns que estão ligados à história mais antiga, das suas almas ou forças, ou seja, das que fizeram a Covilhã". O investigador considera que a religião foi determinante para que "em terras de ninguém, de infiéis se fixassem as pessoas". O docente aposentado explica que "a Sé de Coimbra povoou esta zona, antes de o foral lhe ter sido concedido, e fruto deste povoamento acabou por ser atribuído o foral à Covilhã". Para Manuel Marques, a alma da Covilhã passa "pelos lanifícios e pelos judeus". De resto, foram os lanifícios que ocuparam grande parte da sua intervenção. O historiador lembra que este setor da indústria chegou a ser "o motor da economia da Covilhã". No entanto, "depois de muito trabalho, de muita persistência com os lanifícios assiste-se a um fraco desenvolvimento dos têxteis". Manuel Marques acredita que a Universidade da Beira Interior (UBI) poderá desempenhar um papel fundamental na revitalização da indústria dos têxteis. "Para mim, a universidade é a esperança de uma nova alma e da grande força para o futuro. Através da investigação nas suas variadas faculdades poderá desenvolver a indústria com novos processos, novos inventos". Maria Sardinha, espectadora da palestra, relembra os tempos em que foi aluna de Manuel Marques, e recorda que "o professor desde sempre se dedicou a este tipo de investigação, às raízes covilhanenses, história dos judeus e as influências que eles tiveram nesta região e no desenvolvimento da mesma". Um dos ensinamentos transmitidos, e que guarda até hoje, é "que esta região é uma região de multiculturalidade, onde é possível conviver uns com os outros na admiração e no respeito mútuo". Já Carlos Madaleno, afirma que estas iniciativas são fundamentais "para aumentar os sentimentos de pertença na comunidade, o reforço da memória coletiva faz gerar na comunidade sentimentos de pertença, ou seja, os cidadãos sentem orgulho em pertencer à comunidade e é isso que a faz desenvolver". Segundo Jorge Torrão, vereador da Câmara da Covilhã, estes encontros, que têm uma periodicidade mensal, "são uma forma de trazer a este espaço pessoas, figuras de várias áreas do saber, de intervenção social, académica, artística e do mundo empresarial para trazer à tona questões da contemporaneidade, de hoje e de todos os tempos". O responsável da autarquia pelo pelouro da Cultura, elogia o percurso de Manuel Marques, que "tem um trabalho de grande reflexão e investigação sobre o nascimento daquilo que foi a base da criação da cidade da Covilhã, que resulta naquilo que somos hoje, numa afirmação ao longo dos tempos, mas também numa interrogação e numa tentativa de projetarmos esta comunidade para o futuro", explica.
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