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Aluno da UBI conquista bolsa do governo japonês
Carla Sousa · quarta, 27 de janeiro de 2016 · @@y8Xxv João Cardoso, aluno de Biotecnologia da Universidade da Beira Interior (UBI), ganhou uma bolsa de investigação do governo do Japão, devido ao trabalho desenvolvido no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), sobre o mecanismo que leva as proteínas a ligarem-se a um suporte cromatográfico. A partir de outubro, poderá desenvolver o Doutoramento na Universidade de Yamaguchi. |
João Cardoso prosseguirá a investigação no Japão a partir de outubro |
21973 visitas Com o estudo desenvolvido, João Cardoso despertou o interesse do governo nipónico e terá oportunidade de ser acompanhado pelo professor S. Yamamoto que "é um especialista na absorção de proteínas em suportes cromatográficos", explica. Para conseguir alcançar esta bolsa, o jovem investigador passou por várias fases de seleção. Primeiramente teve que provar à embaixada do Japão, responsável pela pré-seleção, que poderia passar às próximas etapas. Para tal, teve que organizar vários documentos, tais como plano de estudos, percurso académico, resumo de trabalho final de licenciatura, fazer testes em inglês e japonês e uma entrevista. A partir do momento em que soube da existência destas bolsas atribuídas pelo Japão, há já quatro anos, João Cardoso começou a estudar japonês com um professor privado. Após a aprovação por parte da embaixada, teve que passar ao próximo passo que foi "arranjar uma carta de aceitação, emitida por uma universidade japonesa que indicasse que me aceitavam como aluno". Para este fim "contactei, através de email, o professor Yamamoto, e aqui tenho que agradecer à minha professora Ana Cristina Cabral, que falou com ele antes e tornou este processo muito mais simples", reconhece. Deste modo, finalizados todos estes procedimentos, em janeiro, foi oficialmente reconhecido como bolseiro do governo do Japão até 2018. De resto, "com esta grande oportunidade pretendo seguir a minha investigação, conhecer melhor a cultura japonesa e contribuir para a transferência de conhecimento científico", revela. O programa que permite atribuir bolsas, anualmente, a estudantes estrangeiros foi instituído em 1954, pelo governo japonês. O investigador está integrado no grupo de Biotecnologia e Ciências Moleculares do CICS, sob orientação da docente Ana Cristina Cabral, e estuda como é que as proteínas se ligam a um suporte cromatográfico. Atualmente, "os medicamentos, os biofármacos, que são mais utilizados para tratamento de cancro, de doenças ou tratamentos que não têm cura com fármacos tradicionais são muito caros", refere João Cardoso. No entanto, "80 por cento desse custo está associado à purificação desses biofármacos, que se faz através de uma técnica que se chama cromatografia", afirma. Esta é amplamente utilizada pelas indústrias farmacêuticas para a purificação de medicamentos. Porém, "não está muito evoluída e ninguém sabe muito bem como e o porquê das proteínas se ligarem às técnicas de cromatografia, que é uma espécie de filtro muito avançado, que só agarra nas moléculas que nós queremos e deixa passar as outras que não queremos". Neste sentido, através de medições e com o recurso a um aparelho designado de microcalorímetro, o bolseiro pretende "tentar perceber mais um pouco sobre o mecanismo que leva as proteínas a ligarem-se a esses depósitos". Deste modo, João Cardoso considera que esta investigação é "extremamente importante para fazer suportes melhores, mais eficazes, mais rápidos com o objetivo final de que no futuro os fármacos sejam mais baratos".
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