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Aula aberta na UBI sobre relações de trabalho
Carla Sousa · quarta, 13 de janeiro de 2016 · @@y8Xxv "Relações laborais, sindicalismo e empresa global no Brasil e em Portugal" foi o tema de uma aula aberta ministrada por Arnaldo Nogueira, docente e investigador da Universidade de São Paulo. Esta iniciativa, que decorreu no passado dia 6 de janeiro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, inseriu-se no âmbito da unidade curricular "Teorias Sociológicas Contemporâneas", da Licenciatura em Sociologia. |
Arnaldo Nogueira na aula aberta que ministrou no passado dia 6 de janeiro |
21983 visitas Ao longo da sua intervenção, Arnaldo Nogueira explicou as várias transformações que têm vindo a surgir no mundo do trabalho, que passam pelo declínio do sindicalismo devido ao aparecimento das novas tecnologias e pelas mudanças nos modos de gestão que levaram à desindustrialização e que, "desmontaram as bases dos sindicatos" e o desinteresse na adesão aos sindicatos por parte da população que chegou mais recentemente ao mercado de trabalho. Segundo o investigador, esta falta de interesse fez com que "estes trabalhadores se prejudicassem a si próprios, porque com a crise do sindicalismo houve uma crise das condições de vida e trabalho da maioria dos trabalhadores, caíram as rendas, os salários, aumentou o desemprego e a precariedade". No seu estudo comparativo das relações laborais no Brasil e em Portugal, o docente conclui que "no Brasil as condições de trabalho tendem a ser mais conflituosas, os sindicatos ainda têm uma presença maior no setor automóvel, enquanto que em Portugal há uma maior harmonia, um relacionamento um pouco mais acordado e negociado". Arnaldo Nogueira reconhece que a criação de emprego e manutenção de postos de trabalho com condições que "desenvolvam" os indivíduos é um desafio para ambos os países, uma vez que "a questão do trabalho é central para as pessoas, é uma forma de se vincularem à sociedade". Para Arnaldo Nogueira é importante que se realizem este género de iniciativas em contexto académico, pois "quanto mais se conhecer o mundo do trabalho talvez se desenvolvam maiores sensibilidades para a importância que isso tem para a sociedade, ou seja, uma sociedade que abandona os seus trabalhadores, que desemprega, é uma sociedade instável, desintegrada, desorganizada e, evidentemente, muito desigual". Assim, o docente reitera que "é uma obrigação que dentro da universidade, da academia e dos processos de investigação, se tragam os problemas do trabalho e das desigualdades, exatamente para que as Ciências Sociais e Humanas ajudem a encontrar soluções para diminuir as desigualdades sociais". De resto, Catarina Oliveira, membro da organização e docente no departamento de Sociologia, explica que esta atividade foi desenvolvida precisamente para que os alunos possam conhecer "mais pessoas para além do corpo docente, que trabalham em áreas específicas" e também para possibilitar "possíveis intercâmbios entre as instituições, neste caso contactos com o Brasil".
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