Trata-se de uma análise de 12 contos de escritores norte-americanos contemporâneos – a maioria deles ainda vivos – e têm em comum o facto de pertencerem a grupos étnicos que não o euro-americano / branco.

A obra explora os Estados Unidos da América como nação multicultural, onde convivem os mais variados grupos étnicos, contendo escritores afro-americanos (Toni Cade Bambara ou John Edgar Wideman), asiáticos-americanos (Maxine Hong Kingston), mexicanos (Rudolfo Anaya ou Sandra Cisneros) ou ameríndios (Sherman Alexie).

"Todos esses contos lidam com questões que dizem respeito ao dia-a-dia das pessoas, como a descriminação racial, a procura da identidade, a diferença dos emigrantes de primeira geração e os seus netos, que já nasceram e cresceram nos Estados Unidos da América, como é que eles se relacionam com as tradições e com a sua herança cultural", explica o autor. De resto, João de Mancelos refere tratar-se de "uma espécie de guia desses contos que, tirando um deles, foram todos escritos desde a década de 70 até finais do século XX".

Um dos contos contidos no livro de João de Mancelos tem a particularidade de ser da autoria de Katherine Vaz, uma luso-descendente, "que é um conto que fala precisamente de uma viagem de um jovem luso-americano ao Arquipélago da Madeira. Portanto, o livro também lida com esses aspetos que dizem mais a nós portugueses", sublinha o autor.