Recuando às origens das Humanidades até à contemporaneidade, Moisés de Lemos Martins aborda aquele que é o fio condutor de todo o seu discurso: a ideia metafórica de "travessia". Para o catedrático, "trata-se de uma viagem perigosa onde não interessa bem de onde se vem nem para onde se vai, interessa a luta que há que se travar a todos os momentos para nos aguentarmos no barco que nós somos".

É neste contexto que sublinha a condição humana de "permanência no passado, no presente e no futuro de nós mesmos. Isto é que faz de nós animais de fala mítica, remitificamo-nos a todo o momento", defende.

Numa era marcadamente tecnológica, Moisés Martins sublinha que "os dispositivos e os conteúdos desses dispositivos condicionam a perceção que nós temos do sentido". E adianta: "Com as perceções dos novos media misturamos o passado, o presente e o futuro de forma diferente, temos perceções distintas, fazemos a narração da nossa experiência de forma diferente", remata.