Apoiando-se no livro de que é autor, "A quarta revolução", Gino Roncaglia abordou a evolução do livro impresso para o chamado "ebook". Sobre este ponto, colocou a questão do porquê das pessoas não estarem completamente satisfeitas com o novo formato de livro electrónico, uma vez que até apresenta "tantas vantagens em relação ao clássico livro escrito". Socorrendo-se de autores como Umberto Eco – que defende que há coisas que são tão perfeitas que não se sente a necessidade de realizar qualquer alteração -, o investigador italiano sustentou, sobre esta questão, que os aparelhos tecnológicos "são ainda muito recentes" e, como tal, "estão longe da ideia ideal de livro eletrónico".

Traçou ainda uma linha de semelhanças entre a evolução do mundo online e a evolução das sociedades humanas. "Por exemplo, há uns anos usávamos a Internet só para algumas coisas". E é neste contexto que, reconhecendo "extraordinárias qualidades" aos novos formatos de leitura, considera que haverá aspetos a melhorar no "ebook". "Um deles na área da multimédia, por exemplo adicionar vídeos e som; outra hipótese é a hipertextualidade, e também a interatividade", sustentou o investigador.

"Se pensarmos nos livros electrónicos, vemos algumas das tarefas principais, por um lado serem capazes de trazer à luz do dia este tipo de objecto de informação complexo que é o livro". Ao fazer esta constatação, deixa a pergunta: "Se podemos fazer algo diferente com os livros eletrónicos, então porquê manter a ideia original de livro como algo complexo e meramente textual?"