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As Humanidades e o "boom" da era digital
Rafael Mangana · quarta, 16 de dezembro de 2015 · Continuado Sob o tema "Humanidades, Política e Novas Media", o segundo painel do primeiro dia de "Rethinking Humanities" recebeu a reflexão do sueco Peter Dahlgren e contou ainda com a comunicação do docente da UBI, João Carlos Correia. |
João Carlos Correia falou sobre a importância das redes sociais no âmbito das Ciências da Comunicação |
21977 visitas Peter Dahlgren apresentou "Revitalized Humanities: Allies for Analyzing Civic Agency And Practices in the Digital Environment", um estudo sobre a democracia digital, tentando perceber de que forma o digital interfere com a democracia, como a favorece e como a prejudica. Para isso, o investigador da universidade sueca de Lund defendeu que é necessário voltar atrás no tempo, ver o que realmente mudou na era pré-digital para a era digital e analisar a forma como a Humanidade vive nesta fase tecnológica. Desta forma, abordou a nova forma de vida online, a velocidade na circulação da informação que o digital permitiu, e a forma como fazemos tudo online, "inclusive democracia". O investigador sueco falou mesmo da existência de um "vício da velocidade", alertando para uma possível "saturação da democracia no digital, pela pressão social que se sente". De resto defendeu que, por estarmos a meio de uma transição histórica, "por vezes é difícil obter uma perspetiva realística do realmente se passa", sendo por isso necessário "reformular os parâmetros de como vivemos e de como pensamos". "A Relevância das Redes Sociais para as Ciências da Comunicação" foi o tema da reflexão apresentada por João Carlos Correia. Começando por constatar que "a dificuldade em imaginar a sociedade sem comunicação é o motivo principal das relações desta com as ciências sociais", sublinhou que "o que o digital trouxe de novo foi a evidência, tornou claro, tornou visível, tornou empiricamente visível aos nossos olhos a natureza simbólica da nossa experiência". Neste sentido, o docente da UBI enfatiza a possibilidade das pessoas hoje transformarem a experiência, "criando uma persona, um avatar ou um perfil, por exemplo, com recursos mínimos aceleraram e potenciaram estes fenómenos, contribuíram para os tornar palpáveis, conferindo-lhes a almejada dimensão empírica". Ou seja, "o nosso "eu" transforma-se cada vez mais numa marca, a luta pelo reconhecimento transforma-se numa luta pela obtenção de "likes", numa disputa acesa pela aprovação social e mercantil. No final "assistimos a um tipo de organização em que os media e as redes sociais submetem a conversação social ao valor de troca", sustentou. Neste sentido, conclui que "as oportunidades abertas pelo digital são oportunidades de que nos apossamos e apropriamos da voz que nos foi retirada pelas elites". |
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