O natal chegou mais cedo ao Museu de Arte Sacra da Covilhã, com a exposição “Os sorrisos do menino Jesus”. Datadas dos séculos XVII e XVIII, as 21 esculturas, também denominadas de “imagens”, que o museu da cidade acolhe temporariamente, transportam os espetadores para as tradições do passado.

A maioria das estatuetas pertence ao Museu da Consolata de Fátima e fazia parte da coleção privada do Padre António Rosado Belo. No entanto, a mostra também conta com imagens de paróquias locais, devido “à qualidade artística e singular” das mesmas, segundo Carlos Madaleno, coordenador dos museus da Covilhã.

Para Carlos Madaleno “todas as imagens expostas têm um profundo simbolismo, ligado ao Natal”.

Ao contrário dos presépios de três ou mais figuras, que se constroem hoje em dia, até ao século XIII, não havia o hábito de se fazerem presépios no país. “Colocava-se uma imagem do menino Jesus numa divisão especial da casa e essa imagem era adorada”, conta o coordenador dos museus da Covilhã. Acrescenta ainda que “eram feitos trajes específicos para a estatueta, com a moda da época”, daí existirem figuras com cartola e túnicas coloridas.

Além da importância histórica presente na exposição, o Padre Fernando Brito relembrou, num breve discurso de abertura, a importância espiritual de se fazer este tipo de atividades, principalmente numa altura em que há muitos acontecimentos negativos por todo o mundo. “É importante que a paz que o menino veio trazer seja dinamizada através destas exposições, destes acontecimentos, que vêm revigorar as nossas convicções e alimentar a nossa vida com estes valores”.

No que diz respeito ao carácter cultural da mostra, Jorge Torrão Nunes, vereador da Câmara Municipal da Covilhã, espera que o evento estimule mais pessoas a conhecerem o Museu de Arte Sacra. Afirma que, ao contrário do ano passado, onde se realizou uma exposição de presépios na Igreja da Misericórdia “este ano a Câmara optou por fazer intervenções de menor dimensão, mas com o mesmo simbolismo”.

Esta oferta cultural permite aos interessados a oportunidade de ver algo que “não podemos ver todos os dias e que fez parte do nosso passado”, na opinião de Carlos Madaleno. “São Imagens que fizeram parte do nosso passado, que estiveram em casa dos nossos antepassados, não estavam só no palácio ou na igreja, estavam na casa de cada família.”.

A exposição encontra-se aberta ao público, das 10 às 18 horas, até ao dia 15 de janeiro.