"De ano para ano a participação é maior, o que demonstra que o concurso tem qualidade e que os alunos têm vontade em participar". Pedro Dinis, responsável da organização do "Concurso Humberto Santos – Pontes de Esparguete 2015", era um homem satisfeito no final do evento que bateu, dia 4 de dezembro, o recorde de participação, com 36 pontes. O docente do Departamento de Engenharia Eletromecânica destaca o caráter "didático" do concurso, onde os alunos tentam aplicar as leis de Física para a construção de pontes em esparguete. "O objetivo é incentivar as práticas criativas e desenvolver a procura de soluções engenhosas", explica Pedro Dinis.

Este ano o vencedor foi José Cardoso, com uma ponte que suportou 99 quilos de peso, valor que não chegou para bater o recorde de 167 quilos obtidos no ano passado. "É um resultado bom, mas estou sempre à espera de mais", sublinha. O aluno do segundo ano de Mestrado de Engenharia Aeronáutica já é repetente neste concurso e, apesar de esta não ter sido a sua melhor marca - 108 quilos -, revela o segredo do sucesso: "A evolução, a prática ajuda bastante, ter um bom desenho estrutural, ter noção de que é uma ponte e criar métodos de construção". José Cardoso, que já tinha ficado em segundo lugar o ano passado, explica que é com base na Mecânica Aplicada que são feitos os primeiros cálculos, "mas depois também passa por testes de resistência", afiança.

Esta vitória deu, ao aluno de Aeronáutica, direito a participar no concurso internacional em Budapeste. "Vamos competir com equipas patrocinadas por grande marcas de cola e massas, que desenvolveram máquinas apropriadas, até porque no concurso internacional pode-se usar qualquer tipo de massa e de cola", explica. De resto, o recorde mundial ultrapassa os 500 quilos suportados, num concurso onde as pontes têm um metro de vão e um quilo de peso.

Em segundo lugar na categoria de "Resistência" ficou Samuel Almeida, aluno de Engenharia Eletromecânica, com a marca de 86,61 quilos. Com 76,78 quilos, Rodolfo Lopes, aluno de Engenharia Aeronáutica, fechou o pódio. Na outra categoria a concurso, que premiava a estética das pontes, Lucas Marques, de Engenharia Eletromecânica, foi o vencedor. A ponte de João Alves, o único aluno de Engenharia Civil a participar, arrecadou o segundo prémio, e uma equipa da Academia Júnior de Ciências obteve o terceiro lugar.

Para além da equipa que ficou em terceiro lugar na categoria de "Estética", este ano participaram mais duas equipas da Academia Júnior de Ciências, através de uma atividade relacionada com o dimensionamento de estruturas, na qual a componente prática residia na elaboração de uma ponte de esparguete e no seu teste no concurso desta edição. Pedro Dinis sublinha que "para alunos de secundário, conseguiram valores, em média, superiores aos alunos universitários", com a marca mais elevada a rondar os 40 quilos.

A experiência correu "para além das expetativas", e para 2016 está prometida uma novidade. "Na tentativa de ligar a UBI às escolas secundárias, vamos promover um concurso de pontes de esparguete júnior", revela o responsável. A ideia é realizar vários workshops nas escolas secundárias da região e, posteriormente, naquelas que forem solicitando à organização a participação no concurso. "Os workshops darão as bases teóricas para a elaboração e para o dimensionamento da ponte, e depois uma componente prática para lhes ensinar as técnicas que requer a construção de uma ponte", remata o docente. A iniciativa está agendada para meados do ano que vem.

O concurso das Pontes de Esparguete encerrou a ICEUBI 2015 - Conferência Internacional de Engenharia organizada pela UBI, que de 2 a 4 de dezembro contou com vários especialistas da área.