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"Há uma comunidade do Design em torno da DESIGNA"
Rafael Mangana · quarta, 2 de dezembro de 2015 · Continuado No final de mais uma edição da DESIGNA, Francisco Paiva fez um balanço da conferência e falou sobre o futuro do evento que é já um marco ao nível do Design em Portugal. |
Francisco Paiva na DESIGNA 2015 |
22014 visitas Urbi et Orbi - Que balanço faz da DESIGNA 2015? Francisco Paiva: O balanço é muito positivo, quer pelo número de comunicações apresentadas, quer pela representação ao nível dos países. Também pela diversidade temática, já que este ano cobrimos as tradicionais áreas de ensino do Design, de Multimédia, de Comunicação, de Produto e de Moda, mas também tivemos algumas comunicações de outras áreas – Teatro, História, Antropologia, Filosofia – onde o Design acaba por ser hoje um objeto de trabalho e de estudo. Foi uma edição que, do ponto de vista da assistência, teve um número recorde de participantes, na medida em que este ano a conferência decorreu pela primeira vez em sessões paralelas. Este ano duplicámos o número de painéis, de moderadores envolvidos, as conferencias dos keynote speakers foram o dobro dos anos anteriores. Por outro lado, a Universidade da Beira Interior conta, neste momento, com vários cursos de Design. Além do primeiro e segundo ciclos em Design Multimédia, Design de Moda e Design Industrial, contamos também com o curso de Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais (2º Ciclo), e damos algum apoio ao nível dos conteúdos de Design no curso de Informática Web (1º Ciclo). Acabam por ser oito cursos diretamente relacionados com esta conferencia, e é também uma forma de complementar a formação dos estudantes, que assim têm a oportunidade de assistir à apresentação de projetos de colegas deles ou de profissionais de outras instituições, reconhecendo já à UBI uma determinada posição do ponto de vista do ensino do Design em Portugal. Por todas estas razões e pelo retorno recebido dos participantes, esta foi mais uma edição ganha. Urbi - Qual é o papel da DESIGNA no âmbito do Design em Portugal? FP: A DESIGNA é já uma marca no panorama das conferências de investigação em Design. No fundo, é também um momento de celebração do trabalho que os designers, investigadores – quer no contexto profissional, quer no contexto académico – desenvolvem, e contribui para a consolidação no panorama da cultura e da economia, pela visibilidade que vai tendo. Há já, inclusivamente, uma comunidade do Design em torno da DESIGNA, ou seja, esta conferência criou comunidade. Permite agilizar relações, programas e projetos díspares, que têm aqui uma plataforma de convergência. Há, hoje, várias personalidades importantes do Design que organizam as suas agendas para vir à DESIGNA, e isso foi muito notório este ano. Há muitas pessoas com as quais me vou cruzando, que reconhecem a DESIGNA como uma espécie de embaixadora do Design da Universidade da Beira Interior. Urbi - Esta foi a quinta edição desta conferencia. O que mudou desde a primeira? FP: Desde logo, houve um crescimento exponencial da conferência. Na primeira edição tivemos cerca de 30 comunicações, este ano quase quadruplicámos o número de pessoas interessadas na conferência. Do ponto de vista da representatividade e da internacionalização, tem havido um crescimento. Na primeira edição tivemos representados praticamente alguns convidados do centro da Europa, na segunda edição já começámos a contar com algumas comunicações do Brasil, e neste momento conseguimos ter uma representação das instituições de ensino superior espanholas que nos honra por esse alcance. Do ponto de vista temático, a primeira edição teve como tema "A Esperança Projectual", a segunda "A Sustentabilidade", a terceira foi sobre "Interface", no ano passado o tema foi "Desejo", e este ano escolhemos a “Identidade”. Também alargámos um pouco o espectro temático, que nas primeiras edições estava muito centrado na componente projetual, na parte de conceção, de reflexão sobre o produto, sobre o projeto, no processo e nas metodologias. Nesta edição conseguimos ter uma representação de temáticas ligadas à receção, ao impacto económico, ao rebatimento da própria investigação documental nas áreas projetuais e no desenvolvimento de novos produtos – materiais e imateriais – e, nesse sentido, a DESIGNA hoje é uma marca no âmbito das conferências que se realizam no nosso país e na Europa. Consegue contar com o interesse de investigadores de ponta, como é bem patente na qualidade do programa e como vai ser aferido no volume de proceedings, com mais de 700 páginas que estamos a ultimar. Urbi - Nesse sentido, podemos falar em boas bases para o futuro. O que prevê a organização da DESIGNA para o futuro? FP: Esta conferência impõe-nos um calendário exigente, já estamos a preparar a próxima edição, pelo que estão reunidas as condições para que na penúltima semana de novembro de 2016 tenhamos a sexta edição da DESIGNA, sob um tema ainda a definir. |
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