Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Nudez e extravagância em palco
Fernanda Reis e Marta Brazete · quarta, 25 de novembro de 2015 · O festival Y, que decorre no Teatro das Beiras, continuou com um espetáculo de dança e performance. |
Tania Arias com o seu traje do danza más cabra |
21983 visitas "Danza más cabra" é o mais recente projeto de Tania Arias. A bailarina e artista surpreendeu o público com o seu à vontade e excentricidade que se fez notar pelos acessórios usados. O espetáculo é inspirado em Alexander McQueen. Tania Arias referiu que "as passarelas dele são incríveis porque não são as típicas passarelas de moda, são espetáculos, com coisas diferentes do registo típico da passarela". A bailarina, que em todas as suas atuações conta com um artista diferente, desta vez convidou Mauri Celeste. A artista começou a sua performance quando foi ter com o público de uma forma misteriosa, causando surpresa e impacto junto dos que esperavam pelo inicio do espetáculo. Guiou os espetadores até ao local onde se realizou a dança, começando a desfilar e a despir-se, ficando apenas com dois acessórios, cornos e tacões, e umas meias de rede. A sua atuação é composta essencialmente por movimentos, explicou Tania: "os cornos afetavam o meu movimento, assim como os tacões". Mauri participou com a sua voz e só depois se juntou a Tania na dança. No final os 40 espetadores aplaudiram com entusiasmo. "O festival Y é um festival de artes performativas que liga toda a arte contemporânea, fazendo a transversalidade entre a dança, a música, a performance e o teatro", explicou o diretor artístico da Quarta Parede e do festival, Rui Sena. O evento, que vai na décima segunda edição, tem vindo a evoluir trazendo ao público novas formas de arte, como a atuação de Tania Arias, realçou Rui Sena. Ana Flávia, oriunda do Brasil, estudante de intercâmbio da UBI, é uma apreciadora de arte, sobretudo arte que seja provocatória e que deixe a pessoa a refletir sobre aquilo a que assistiu, refere a aluna. A performance de Tania Arias é algo sentido pelo público de forma subjetiva, em que cada um tem a sua própria interpretação, afirma Ana Flávia. De Castelo Branco veio Ana Marques, que devido a um compromisso acabou por ficar na cidade para assistir ao quarto dia do festival Y. "Eu não sabia muito bem qual era o espetáculo, mas gostei, foi diferente. O nu não é algo a que as pessoas estejam habituadas a ver, foi uma surpresa para mim, mas agradável", disse Ana Marques. O objetivo principal é "não só trazer espetáculos de diversas áreas artísticas, como também reunir várias disciplinas artísticas", explicou Celina Gonçalves que trabalha na área de produção em comunicação da Quarta Parede. Acrescentou ainda que "a ideia principal é trazer esses espetáculos à Beira Interior, proporcionando às pessoas um maior acesso a essas representações que de outra forma seria difícil". Estudante de Ciências da Cultura, Marta, colabora pela primeira vez na organização do festival Y, através da Quarta Parede. Enquanto espetadora do "danza más cabra", a estudante afirmou ser "um espetáculo forte, um pouco diferente, com muita crítica pelo meio, tentando utilizar coisas que não estamos tao habituados e confortáveis, como o corpo feminino, para chocar, abalando consciências". O festival conta este ano com uma novidade: a formação de um novo espaço de reflexão e debate sobre temas universais. A organização designou-o como híbridos, escolhendo para este primeiro ano a temática sobre afro descendência em Portugal. |
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