Na história "O Soldadinho", da Companhia Teatro de Ferro, há uma tentativa de atualização de forma, sem danificar a essência do conto, que gira em torno do amor impossível entre um soldado e uma bailarina. A manipulação de objetos, as pequenas máquinas de cena e outras engenhocas, articulam-se num dispositivo cénico em que os atores são simultaneamente maquinistas e passageiros.

De acordo com a professora Silvia Castro, que esteve presente com seu filho de oito anos na peça, acompanhar a criança ao teatro é uma forma de aproximá-la da cultura desde cedo. "Além da escola, é importante que eles tenham contato com outros tipos de arte, isso ajuda no seu crescimento pedagógico ou artístico", explica.  

Alguns recursos foram utilizados para tornarem a peça atrativa, como o uso de marionetes e objetos reais. Outra estratégia foi a vestimenta toda preta. "Usamos o preto porque ele nos permite ser uma figura mais neutra quando desejamos. Podemos ser apenas marionetistas, atores, ou intercalar os dois", afirma a atriz da peça, Carla Veloso.

Segundo os atores e diretores do "Soldadinho", Igor Gandra e Carla Veloso, há mais de 20 anos a história anima o público infantil. De 1994 pra cá, a peça já foi apresentada em diversas localidades do país. "A boa aceitação do público é muito positiva, tanto que poucas coisas na peça foram alteradas ao longo destes anos", finaliza Igor.

A apresentação da peça fez parte do Festival Y - Festival de Artes Performativas que decorre até ao dia 26 de novembro no Teatro das Beiras, com as peças "Danza más, cabra", no dia 19; "O meu país é o que o mar não quer" e um espetáculo de jazz, no dia 24; e "Grande Ilusão", no dia 26.

Os bilhetes para os espetáculos custam cinco euros, com descontos para menores de 25 e maiores de 65 anos, estudantes, desempregados e sócios do Teatro.