David Marques entrou em palco por volta das 21.45h, num cenário minimalista onde as peças chave foram apenas dois escadotes. Uma banda sonora envolvente ajudou a dar corpo ao espetáculo, sendo sempre intercalada pelo silêncio absoluto. David Marques fez da dança a sua voz uma história em que a essência foi os ambientes dos nativos, as suas formas de estar, reagir, os seus movimentos característicos. De olhar fixo em quem o via, o artista utilizou apenas o seu corpo para ilustrar e decifrar as formas do parentesco primitivo, ora subindo e descendo dos escadotes, ora sapateando. Acompanhado pela música ou pelo total silêncio, a expressão corporal foi utilizada como única protagonista. “Há qualquer coisa de datado neste conceito mas que eu ainda questiono e que ainda me interessa” explica o autor, justificando o título da peça, “KIN”.