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Grãos de literatura com José Alberto Oliveira
Mónica Simão · quarta, 11 de novembro de 2015 · "Poesia: realidade ou irrealidade" foi o tema escolhido para a tertúlia literária "Grãos de Literatura", que se realizou no dia 5 de novembro, na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade do Fundão, com o poeta natural do Souto da Casa. |
O poeta José Alberto Oliveira e o escritor Manuel da Silva Ramos |
21982 visitas Orientada pelo escritor Manuel da Silva Ramos, a quarta sessão de "Grãos de Literatura" recebeu José Alberto Oliveira, médico cardiologista e poeta. A Biblioteca Municipal do Fundão serviu de palco para se falar acerca dos trabalhos poéticos do autor mas também para se ficar a conhecer melhor o seu percurso de vida. Descritos como "poemas de uma simplicidade belíssima", por Manuel da Silva Ramos, a poesia de José Alberto Oliveira, declamada pelo escritor covilhanense, começou por transportar os ouvintes da tertúlia para um passado não muito longínquo: a infância do poeta. A última obra do autor, "Como se nada fosse", editada pela "Assírio e Alvim", foi uma das mais faladas da noite e é, segundo Manuel da Silva Ramos, "uma simbiose entre a poesia culta e intelectual e poesia de carater autobiográfico". Locais como o Souto da casa, a Covilhã e o Castelejo, entre outros, são o palco de fundo dos poemas que, de cariz nostálgico, recordam a juventude do poeta. "As tias do Castelejo não permitiam que as visitas saíssem sem beber xícaras de chá forte e açucarado", escreveu José Oliveira num dos poemas mais lidos na sessão. No decorrer do encontro, quando questionado sobre se considerava que a sua poesia "começava por ser poesia para poetas", o autor, que publicou o seu primeiro livro aos 40 anos, respondeu de forma negativa. "Sinceramente acho que não. Nunca tentei escrever para a academia, nem para os críticos literários; acho que tentei escrever para o público", explicou José Alberto Oliveira. Após a declamação de mais alguns poemas da sua autoria, a pedido do pequeno mas interessado, público, a tertúlia literária encerrou com uma sessão de autógrafos. "Espero que esta tertúlia tenha acrescentado algum interesse pela literatura e pela poesia em particular", afirmou o poeta de 63 anos, após o encerramento do encontro "e se motivou alguns deles a ir ler o que eu escrevi, pessoalmente fico agradecido", acrescentou. Com 9 livros publicados, José Alberto Oliveira traduziu diversas obras de autores como Auden, Frank O’Hara e Russel Edson, e foi um dos principais colaboradores do livro "Rosa do Mundo — 2001 poemas para o futuro". |
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