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Festival alimenta fome de teatro
Bruno Coelho · quarta, 11 de novembro de 2015 · Continuado A receita é simples: 200gr de humor, 800gr de amor e paciência e uma pitada de imperfeições. A peça “El Chef Chop Chop y el tik tak de Fidelia” encheu assim o coração dos jovens espetadores da Covilhã. |
Cartaz da peça |
22008 visitas Descrita como uma obra de dança-teatro pensada para um público familiar e crianças com mais de seis anos, a companhia Karlik Danza Teatro apresentou no Teatro das Beiras “um espetáculo para alimentar os sentidos”. Relacionando técnicas cénicas tradicionais com as novas tecnologias, a tarde de 4 de novembro viu um teatro cheio de crianças dispostas a provar a ementa. “Acho que era sobre um cozinheiro que sonhou com uma pessoa e que depois acordou e encontrou uma pessoa com o mesmo nome”, assim é a visão de João Sousa, de 9 anos, um dos espetadores. E não está longe da verdade. Chop Chop é um chefe sonhador e Fidelia o seu sonho, num mundo encantado onde o herói fica com a princesa no final. Fazer peças com uma tónica infantil é sempre diferente e David Perez, diretor cénico da peça atesta isso mesmo. “Um espetáculo para crianças faz-se da mesma forma que um para adultos. Apenas se planeia com linguagens mais acessíveis a eles”, conta. Conquistar o público juvenil é fácil, mas manter essa atenção ao longo de uma peça de 50 minutos não é fácil. “É difícil manter a atenção de uma criança muito tempo”, afirma Cristina Perez, Fidelia na peça. Integrantes de uma companhia de Cáceres com 25 anos, já estiveram na Covilhã a atuar, mas com público infantil foi uma estreia. Numa peça onde a criatividade é rainha, a construção desse mundo acontece ao mesmo tempo que o resto da peça se vai criando. “Quando estamos a improvisar sobre as cenas, já se vão imaginando as imagens”, conclui a atriz. Com 7 grupos de norte a sul do país e também de Espanha, este festival com 35 anos pisa terrenos de uma realidade bastante diferente da do seu início. “O festival surgiu num contexto completamente diferente do que se vive hoje. Há 35 anos a Covilhã quase não tinha espetáculos e o festival começa por ser uma aposta para a cidade ter acesso ao que se fazia pelo país”, conta Fernando Sena, diretor do Teatro das Beiras. E se anos houve em que era possível fazer uma programação paralela, dividindo os espetáculos noturnos e os das escolas, também aqui os problemas económicos funcionam e impossibilitam essa divisão e consequente maior oferta. “Hoje isso é impossível porque as próprias escolas não têm verbas para os transportes. É muito difícil deslocar as escolas de fora da cidade para o festival, embora ainda haja algumas de freguesias limite”, conclui. O festival de teatro da Covilhã seguiu pela semana fora com dois espetáculos diários que registaram, segundo números do Teatro das Beiras, entre 90 a 95% da taxa de ocupação da sala. |
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