Mais um ano de festival de teatro na Covilhã que enche as cadeiras do auditório do Teatro das Beiras. Das várias peças escolhidas, na terça-feira esteve em palco o Teatro Extremo, uma companhia de Almada, com a peça "Guerra é guerra". Escrita e adaptada a uma faixa etária mais jovem, a ideia surgiu no âmbito das "comemorações dos duzentos anos das invasões francesas", revela Horácio Manuel, autor e encenador da peça.

Utilizando as ferramentos que o teatro tem para oferecer aos seus espetadores, é também "importante que tenha um pouco de divertimento", pois "o espetáculo para estas idades tem sempre alguns aspetos didáticos. Não é só ver o teatro, o teatro tem de corresponder a alguns aspetos que vão acontecendo nos períodos escolares".

Com peças repletas de movimento, humor e música, o encenador informa que "não se deve transformar o teatro numa sala de aulas", mas entende que "deve haver alguma relação com a pedagogia", até para que "aquilo que é utilizado enquanto linguagem teatral possa ser, mais tarde, numa sala de aula, repescado por um professor".

Desde a culinária com humor à explicação dos provérbios, a preocupação é fazer do teatro uma das componentes da educação e da qualidade de vida da sociedade.

Das várias escolas convidadas marcaram presença a Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI) e a Escola Secundária Campos Melo. Do movimento à música e do humor à didática, a peça prendeu a atenção dos jovens sem deixar de ser pedagógica, dando assim, a conhecer uma história tão portuguesa.

Com "um conteúdo pedagógico fantástico e transversal a diferentes disciplinas", Paulo Leitão, diretor da EPABI explica ainda que "esta amostra do Teatro das Beiras é muito importante para as escolas", pois "o facto de os alunos poderem vir ao teatro, não só nesta altura, mas em qualquer altura do ano, é muito importante para a sua formação".

Com espetáculos muito diversificados, este festival de teatro com a participação de oito companhias, apresentou catorze espectáculos durante nove dias.