Com a chegada do Outono chega também o Festival de Teatro da Covilhã, que nesta edição superou mais uma vez as expectativas de quem por lá passou. Este ano apostou-se numa programação essencialmente dirigida ao público escolar e juvenil visto que a formação dos jovens se tornou no principal objetivo. De forma a acolher companhias de teatro descentralizadas, o Festival contou com profissionais de teatro de todo o país e alguns espanhóis. 

O grupo Peripécia encenou a peça "Fardo", que subiu ao palco no último dia do Festival. Peripécia, grupo sedeado em Vila Real, tem 11 anos de existência, e é formado por um ator português, Sérgio Agostinho, e  dois atores espanhóis, Noelia Domínguez e Angel Fragua. "A ideia da formação da Peripécia surgiu de três amigos que se conheceram em Madrid e, entretanto, coincidiram em trabalho. A dada altura concluíram que seria muito interessante fazer uma companhia deles", explica Sérgio Agostinho.

"Fardo" é uma peça essencialmente improvisada que utiliza os elementos cénicos como se de personagens se tratassem. Fardos de palha e máscaras ganham vida em cima do palco e toda a encenação se baseia numa exploração de objetos onde a morte assume um papel principal.

A escolha dos fardos de palha, como objeto central da peça, deve-se ao seu carácter quotidiano e rural.  O objetivo do encenador era criar um ambiente misterioso mas ao mesmo tempo muito simples e objetivo, onde a natureza morta se destaca e se contrapõe à possível existência de uma vida nestes objetos.  "O ponto de partida foi o Carnaval em Lazarim, daí ter surgido a ideia das máscaras, que são feitas por nós", realça um dos atores. E foi com casa cheia que encerrou a 35ª edição do Festival de Teatro da Covilhã.