Escrita por Jeffrey Hatcher em 2005, e com encenação de Eduardo Tolentino de Araújo, "Um Picasso", retrata a perseguição à arte e aos artistas de vanguarda de Paris durante a 2ºGuerra Mundial. Sob o lema Liberdade e Solidão: o Grande Circo da Vida, este espetáculo veio sugerir uma reflexão sobre a qualidade das democracias atuais.

Picasso, interpretado por Rui Madeira, um famoso pintor espanhol residente em Paris, é levado por dois agentes Nazis para uma sala de interrogatório. Aqui, depara-se com Fraulein Ficher (Solange Sá) uma crítica de arte, membro da Gestapo, que pretende obter uma obra autentificada do pintor. Discutem três desenhos de diferentes períodos da vida de Picasso que o artista, ainda que reticente, assume como seus.

Quando percebe que as suas obras não serão expostas numa "vernissage", mas sim queimadas como arte imprópria, Picasso recusa-se a autentificar os desenhos, gerando uma acesa discussão entre as personagens. Os papéis acabam por se inverter quando Picasso faz um retrato da própria Fraulein, que apesar de apologista do partido Nazi, era acima de tudo uma amante de arte e, como tal, uma apaixonada pelos quadros. Picasso assina o quadro autentificando-o como seu, cumprindo deste modo o objetivo da inspetora de obter uma obra identificada e salvando os seus desenhos da fogueira.

Eunice Fernandes, uma das espectadoras, elogiou o elenco e a encenação: "Gostei muito da peça! Gostei da história, os atores foram fantásticos e a encenação esteve excelente!"

A Companhia de Teatro de Braga, com sede em Braga desde 1984, possui uma prática teatral que junta o interesse pelas novas dramaturgias com a experimentação, sem nunca perder a sua identidade base: os clássicos. Aprofundam áreas artísticas como a criação, a formação de públicos e a edição. A CTB é a companhia teatral residente do Theatro Circo, um dos melhores do país.