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Latada: UBI é nossa
Mónica Simão · quarta, 28 de outubro de 2015 · Continuado Milhares de estudantes animaram a cidade da Covilhã com aquele que é o cortejo que assinala o fim da praxe. Críticas ao governo e ao ensino superior foram as mais retratadas nos carros alegóricos puxados pelos caloiros. |
Ciências Biomédicas foi o curso vencedor da latada 2015 |
22144 visitas A tradicional Latada, cortejo onde os estudantes dos diferentes cursos competem entre si e que marca o término das praxes, realizou-se na passada quarta-feira, dia 21 de outubro. Os 29 cursos da universidade, mais o Erasmus Student Networks (ESN), os alunos de Erasmus, vestiram as cores dos seus cursos e desfilaram desde o polo principal até ao Pelourinho, inundando a Covilhã com novas cores, sons e cheiros. Carros alegóricos, com críticas ao governo, à universidade e ao financiamento da investigação, foram empurrados pelos alunos de primeiro ano, que dançavam, cantavam e gritavam em defesa do curso a que pertenciam. Latas pintadas foram presas aos carros, para criar mais barulho e cartazes com frases de censura, que pretendiam atacar, de forma caricata, os outros cursos, foram empunhados pelos estudantes. Dulce Santos, funcionária da UBI há 16 anos, não perde uma latada desde que trabalha na instituição e é com entusiasmo que fala do evento. “É um dia diferente para a cidade, o trânsito pára, as pessoas vêm para a rua a ver, há uma grande euforia. E é bonito, pronto. São os nossos estudantes, que eles é que dão vida à nossa cidade.”, exalta. Vestida de azul e amarelo, Ângela Mendes, caloira do curso de Estudos portugueses e espanhóis, também não disfarça o seu contentamento em relação ao cortejo. “Estou a adorar a latada, isto é a melhor coisa da praxe” e acrescenta ainda que, mesmo que falte chuva, “a latada não está molhada, mas está abençoada na mesma”, devido ao sol que se fez sentir e aos dizeres ubianos de que “latada molhada é latada abençoada”. No desfile, a contrastar com os disfarces garridos dos alunos de primeiro ano, esteve o traje negro da universidade, usado pelos alunos que estão há mais tempo na UBI. Diogo Lopes, estudante de Medicina e chefe de latada do curso, veste a capa preta. À frente do carro de Medicina, a dar indicações aos caloiros, o chefe de latada afirma que as semanas de preparação para o desfile, principalmente por parte dos novos estudantes “valeram a pena”. “Foram muitas noites mal dormidas mas sem dúvida que valeu a pena. Vale tudo a pena porque isto não é por nós, é por eles”, assegura Diogo Lopes. Apesar de ser um cortejo voltado para os estudantes, a latada também é assistida pelos familiares dos universitários, pelos habitantes da Covilhã e por curiosos que não se enquadram em nenhum destes grupos. Com a filha a frequentar o 2º ano de Aeronáutica, Noémia Mourão assiste à latada pelo segundo ano consecutivo e elogia o trabalho feito pelos alunos. “Pelo pouco que vi o cortejo está mais engraçado, os carros estão mais elaborados do que no ano anterior”. No entanto, Maria Isabel, que aluga quartos aos estudantes e há dez anos que não perde a latada, tem uma opinião diferente, “este ano está um bocado fraquinho em relação aos outros anos”, confessa. Apesar das diferentes perspetivas, Noémia e Maria Isabel parecem concordar em relação a uma coisa. O que mais lhes desagrada na latada é o excesso de álcool, que todos os anos marca presença no evento. “O que menos gosto é do excesso de álcool”, revela Noémia, “a obrigação, entre aspas, do álcool que o caloiro é obrigado a consumir. Acho que isso não era necessário.” Devido a todos os anos haver estudantes a dar entrada no hospital, essencialmente por causa de casos de etilismo, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) criou um plano de segurança, em vigor desde 2013. Para assistir de imediato os estudantes, 5 pontos de apoio de emergência foram espalhados pelo percurso do cortejo. Eugénio Claro, enfermeiro do Centro Hospitalar Cova da Beira explica onde se localizam os postos e qual é a função de cada um. “O primeiro posto funciona na Rotunda do Rato, onde estão só membros da cruz vermelha para um primeiro apoio. Depois temos três postos, cada um com um enfermeiro e com um médico, um na calçada alta, outro nas bombas e outro no Pelourinho. E temos o quinto posto, de controlo, junto à antiga APPACDM, onde está a coordenação de todos os eventos”, esclarece Eugénio Claro. Além dos pontos de apoio de emergência fixos, diversos voluntários da Cruz Vermelha estiveram dispersos desde a Rotunda do Rato até ao Pelourinho, para acompanhar e prestar apoio imediato a quem necessitasse. Entidades como os bombeiros, a Polícia de Segurança Pública, a GNR, a Proteção Civil e o INEM também estiveram em prevenção no local. Francisca Castelo Branco, Presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), afirma que a cada ano a AAUBI tenta melhorar o plano de segurança e que, este ano, os resultados positivos são visíveis. Devido aos postos de emergência e aos outros meios de apoio, a afluência de pessoas ao hospital, essencialmente devido a casos de etilismo, desceu drasticamente. “Nestas unidades as pessoas são assistidas e só mesmo os casos críticos é que seguem para o hospital.”, aponta Francisca Castelo Branco. Apesar dos contratempos, os caloiros puxaram os carros, sempre em grande azáfama, até ao Pelourinho, onde alguns elementos de cada curso discursaram. Este ano, quem levou o troféu para casa foi Ciências Biomédicas, que ocupará o lugar da frente na Latada 2016, seguido de Design Industrial e Ciências Farmacêuticas. |
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