Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Sabores da Serra
Helena Amaral e Ana Flávia Alvim (Univ. Federal de Juiz de Fora) · quarta, 14 de outubro de 2015 · Continuado Cada vez mais internacional, o Festival deu aos estrangeiros a tiveram oportunidade de apreciarem receitas feitas à base de cherovia, tubérculo típico da Cova da Beira. |
O chef Rui Pereira expõe alguns de seus pratos criados à base de cherovia. Foto: Ana Flávia Alvim |
21980 visitas A cherovia foi a estrela principal entre os pratos típicos oferecidos no espaço comercial da espanhola Elisabet Carceller. Em Portugal desde 2005, e há cerca de quatro anos em Covilhã, a comerciante diz que embora já tivesse ouvido falar do tubérculo no seu país, só a experimentou pela primeira vez em terras lusitanas. “Tal como aconteceu com outras coisas que provei aqui em Portugal, no início achei o sabor um pouco diferente.”, afirma Elisabet, que apesar da estranheza num primeiro momento, já se habituou ao sabor. Ainda que o seu estabelecimento não tenha sido planeado para fins de hotelaria, Elisabet viu no festival uma oportunidade para abrir as portas do local, oferecendo pratos típicos portugueses aos visitantes confecionados pelo chef Rui Pereira, que coordenou alguns workshops. No ramo há mais de 30 anos, o chef ressalta a importância de apostar nos produtos regionais. “Portugal, apesar de ser um país muito pequeno, tem uma gastronomia muito rica. A cherovia é um produto tão nobre aqui da zona da Covilhã, por que então não divulgá-la?”, questiona. Criador de receitas que tem a hortaliça como principal ingrediente, essa é a primeira vez que o chef apresenta os seus pratos no festival. Procurando diversificar o uso do tubérculo, comumente consumida empanada e frita, Pereira criou pratos diversificados, incluindo a cherovia como ingrediente de pastéis, bolos, doces e sopas. A estudante brasileira Tatiana Thees, na Covilhã há pouco mais de um mês, teve contato com o produto pela primeira vez durante o evento. “Na aparência, a cherovia me lembrou bastante um produto que temos no Brasil, conhecido como batata-baroa. Já o gosto, me lembrou bem o da cenoura.”, afirma Tatiana, que experimentou a cherovia cozida e aplicada a outras receitas. Outro aspeto que chamou a atenção da brasileira foi o caráter cultural da festa. Tatiana destaca a participação dos jovens na organização e nas atividades promovidas durante o festival, contribuindo para a transmissão da cultura entre as gerações. A característica cultural do evento também é destacada pelo estudante espanhol António Arias, que chegou de uma região, a Galiza, onde a cherovia também é um produto típico. Para Arias “o festival é importante, pois permite às pessoas reunirem-se e experimentarem coisas novas. Para além disso, possibilita que os produtores mostrem os seus produtos”. Na sua oitava edição, além de atividades voltadas à gastronomia, o Festival da Cherovia contou com apresentações musicais e de dança, exposições culturais e barracas de artesanato, possibilitando aos visitantes conhecer um pouco mais da cultural covilhanense. |
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