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“Queremos atrair alunos para a Universidade, através do futsal”
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 7 de outubro de 2015 · @@y8Xxv O projeto AAUBI com o Grupo Desportivo da Mata ao nível do futsal entra no segundo ano com a ambição de mobilizar mais pessoas da UBI e motivar jovens da região a escolher a instituição para fazerem os estudos superiores. Pedro Bernardo, coordenador da academia GDMata/AAUBI faz o balanço do que chama “ano zero” e perspetiva esta temporada. |
21979 visitas - Como surge este projeto que combina a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) com uma coletividade da cidade da Covilhã, o Grupo Desportiva da Mata? - Começou por ser desenvolvida na AAUBI, mas em finais de 2014 percebemos que já era demasiado grande para estar alocado só à Associação Académica. Surge essa oportunidade de fusão com a Mata e foram traçados novos objetivos, um pouco mais ambiciosos. Na altura a Mata partilhava as instalações a Universidade a nível de jogos, e em termos de recursos logísticos havia uma necessidade de ambas, toda uma série de interesses que cada um dos projetos acabava por complementar e melhorar significativamente aquilo que é a oferta de futsal ou da formação desportiva na área do futsal, no concelho da Covilhã.
- Além da formação de atletas de várias idades, têm o propósito de também atrair alunos para a UBI. - Acreditamos que pode ser uma forma de convencer as pessoas da cidade a ficarem cá a estudar. Sou covilhanense e sei por experiência que o que falta aos jovens é razões para isso. A oferta formativa, difere, mas acaba por ser idêntica de instituição para instituição. Por isso, os jovens precisam de motivações extra e queremos que, no momento da escolha da instituição de Ensino Superior, pensem que têm aqui boa formação, oportunidade de continuar a praticar uma modalidade que gostam, aliando depois à prática do desporto universitário. Hoje em dia, e assistimos isso em várias instituições do País, a aposta no desporto para captação de alunos é cada vez mais importante. Esse é um caminho que a Universidade pode seguir, que vem de algum tempo, como a organização dos campeonatos Nacionais Universitários de 2013, e percebe-se também a vontade da instituição de trabalhar nesse sentido com os próprios contratos-programa, que são importantíssimos para o desenvolvimento do desporto. Esta é uma solução nós apresentamos mais a nível local, mas pode-se tornar também a nível nacional.
- A ligação à comunidade também está a ser uma meta? - Apostamos na ligação da comunidade à Universidade. É importantíssimo fazer viver a instituição por estes miúdos desde bem cedo. Através do desporto, conseguimos pôr os covilhanenses em ligação com a UBI, porque acabamos por integrar os miúdos, os pais, os irmãos e é toda uma forma da Universidade chamar até si a comunidade.
- Que outras vantagens conseguem com o projeto? - Temos depois um segundo objetivo que é o complemento à formação. Dentro da nossa estrutura técnica tivemos a trabalhar connosco oito estudantes de Ciências de Desporto, que estavam inseridos na cadeira de Estágio. Estavam a fazer o estágio curricular dentro do clube e também é uma forma de complementarmos o nível de qualidade dentro do curso, e em termos de imagem acaba por ser criar um certo cluster dentro da modalidade, que pode ser potenciado. Tendo nós pessoas com o professor Bruno Travassos que faz esse acompanhamento de estágios, temos matéria humana. Também tivemos um estudante na área de gestão desportiva e estudantes da de nutrição que fizeram trabalhos. É possível fazer em investigação em determinadas áreas e acabamos por servir como um laboratório sem custos para o Departamento. Temos a perspetiva de abrir a mais áreas, porque seria interessante trabalharmos com o coaching desportivo, com pessoas da psicologia, de comunicação. Há toda a diversidade de pessoas na Universidade que podemos integrar no projeto. As estruturas técnicas são constituídas, ou fazem parte delas estudantes de Ciências do Desporto, na vertente de treino. Estes treinadores, no final deste estágio no clube, também por uma conquista do Departamento de Ciências do Desporto há um ano, ficam graduados com o nível 1 de treinador. No fundo, vemos aquilo que é o trabalho desenvolvido na universidade posto em prática, com a mais-valia do conhecimento não ficar dentro das portas da UBI e ser posta em prática.
- Quantos atletas estavam envolvidos nas equipas, na temporada passada? - Na época passada tínhamos cerca de 130 atletas, em todos os escalões de formação – desde os três anos – e ainda a equipa de seniores femininos. Em termos de estrutura envolveu cerca de 150 pessoas.
- Que resultados desportivos conseguiram na temporada passada? - Os resultados desportivos, pelo facto de nós termos missões que vão além da vertente desportiva são importantes, parceiros, mas estão em segundo plano. Nos Iniciados ficamos em 4.º lugar no Campeonato Distrital de Castelo Branco; em Juvenis ganhamos a Taça Distrital e classificamo-nos em 3.º; nos juniores alcançámos o 6.º lugar no campeonato e fomos campeões distritais em Seniores Femininos. Fomos à Taça Nacional e não passámos da primeira fase. Pensamos que este projeto pode dar excelentes resultados a nível do desporto universitário na modalidade. Não escondo que um dos objetivos é que nos Campeonatos Europeus que se vão disputar em Coimbra em 2018, gostaríamos de ter uma grande percentagem de atletas que tivessem feito a formação toda no clube e fossem estudantes da UBI.
- Que mudanças serão operadas esta temporada? - Naquele que foi o “ano zero”, conseguimos criar uma base consolidada para aquilo que são as nossas perspetivas de futuro. Neste segundo ano do projeto podemos ambicionar um pouco mais em termos de resultados desportivos. Vamos apostar muito na formação e no acompanhamento educacional a partir dos seis anos, numa responsabilidade tripartida entre atleta, clube e pais. Com os mais pequenos, fizemos treinos temáticos que correram bem e vão ter outros desenvolvimentos no futuro. Por exemplo, tivemos dentro do pavilhão uma aula de filosofia, para os estimular ao conhecimento, inseridos no ambiente do futsal. Queremos trabalhar mais e melhor, com mais gente. Ao nível dos resultados, o futsal universitário alcançou os quartos de final, com a quantidade e qualidade de novos jogadores, pode ambicionar um pouco mais para a próxima época, alcançando outra visibilidade. |
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