Pela primeira vez no Programa de Integração ao Caloiro, esta Semana pretende trazer uma maior importância às praxes solidárias na UBI. As ações decorrem entre 5 e 8 de Outubro e contam com a participação de 23 dos 29 cursos da Academia. As expectativas por parte de Francisca Castelo Branco, presidente da AAUBI, são grandes. “Tendo em conta que não haverá dispensa das aulas, e que estes 23 cursos inscritos andaram a fazer ‘ginástica’ nos horários, as inscrições correspondem às expectativas”, refere.

Trata-se do primeiro ano em que a Semana da Integração Solidária sai para a rua de forma organizada, já que no primeiro ano cada curso tratava da logística diretamente com as organizações. Esta medida faz com que as inscrições andem à volta de 700 alunos do primeiro ano. A iniciativa acaba por envolver um grande universo de pessoas, pois “cada grupo de caloiros é acompanhado pela comissão de latada do seu curso e cada ação terá o acompanhamento de voluntários da parceria AAUBI/AJAS e as pessoas da instituição em si”, conta Francisca Castelo Branco.

Na tarde de segunda-feira, o curso de Design Industrial marcou presença no Infantário Bolinha de Neve, para a pintura de um mural. Uma ação acolhida com enorme agrado pelo infantário. Cristina Domingues, educadora, quando lhe sugeriram via mail a parceria, achou logo promissor, pois daria “um ar diferente ao infantário”. Para a responsável pela sala dos dois anos, é “engraçado ver a reação das crianças”, bem como o olhar de saudade por parte destes caloiros que assim “recordam os tempos de criança”.

Diana Alves é a representante da AJAS no infantário. Em pequena, andou por dentro destas quatro paredes e no meio de sorrisos conta “ser sempre bom voltar a encontrar pessoas” que ainda a reconhecem. Com o intuito maior de integrar os caloiros na cidade, a grande vontade de Diana é mostrar aos novos alunos que podem continuar a fazer este tipo de atividades ao longo do ano. “Não é só sair à noite e estudar”, atira. Dar a conhecer outras realidades da cidade é a vontade da AJAS, acolhendo e integrando. “Eles vêm para cá e não conhecem nada”, lamenta. Mas “é para isso que estas instituições servem, mostrando-lhes as pessoas e as tradições covilhanenses”.

“Nunca tinha pintado um mural. Ainda por cima num infantário”, conta Eduardo Loureiro, um dos caloiros. Recordando os tempos de criança, quando olhava para as paredes todas pintadas no infantário, elogia a experiência. “Foi fixe. É uma experiência nova”, refere. Entre os caloiros era possível encontrar os alunos mais velhos, que os auxiliavam. Poliana Simões é um desses casos. A chefe de latada de Design Industrial fala na transmissão de valores como a grande motivação para estas atividades. “É importante incutir-lhes que devem ser solidários, devem pensar no próximo”, afirma. Admitindo que este tipo de ações deveria decorrer todo o ano, saúda o desenvolvimento do caráter dos novos alunos com este tipo de eventos. “A ideia da praxe é união, é cuidar do próximo”, conclui com um sorriso orgulhoso nos “seus” caloiros.

Após a parceria com a AJAS, posteriormente a AAUBI foi ter com cada instituição, explicou a iniciativa e a importância das praxes solidárias, criando assim a Semana de Integração Solidária. Dedicou-a a perceber quais as necessidades de cada instituição e qual o potencial que esta iniciativa teria para colmatar essas necessidades.

Antes de ser líder da casa azul, Francisca Castelo Branco já era aluna e é por isso que o lema é sempre “e do lado dos alunos, que pensaríamos nós se lá estivéssemos?”. A própria presidente olha para a iniciativa “com grande respeito”. Contribuir para a formação dos novos estudantes, mostrando-lhes as dificuldades que pessoas tão perto deles passam é o propósito da AAUBI: “oferecendo um sorriso ou um pedacinho do tempo deles podem ser sítios melhores para quem delas depende”, conclui.

A Semana de Integração termina com a Corrida Solidária, a 8 de Outubro. O conceito da corrida pretende trazer à tona o espírito de equipa e de união dos cursos. Aberta a toda a comunidade covilhanense, cada grupo escolhe uma causa ou instituição por quem competir. Cada participante paga 1€ de inscrição e esse valor reverte para a instituição que esse curso decidir apoiar.