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“Fim da novela” do “problema de família” da Câmara da Covilhã
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 23 de setembro de 2015 · Vítor Pereira e Carlos Martins abordaram na última reunião do executivo o diferendo que resultou da retirada da vice-presidência por parte do chefe do executivo ao agora vereador a tempo inteiro. O conflito parece sanado. |
Reunião de Câmara da última sexta-feira, dia 18 |
21981 visitas “Fim da novela” e “um mau momento de família”. A primeira declaração é de Carlos Martins e a segunda de Vítor Pereira, respetivamente, ex-número 2 do executivo municipal da Covilhã e o presidente da autarquia. Ambas se referem à polémica das últimas semanas, que sucedeu à retirada da vice-presidência a Carlos Martins. Na reunião de Câmara de sexta-feira, dia 18, a primeira que decorreu com caracter público depois da troca de argumentos entre ambos, o assunto foi dado como encerrado pelos dois socialistas. Carlos Martins questionou Vítor Pereira: “Precisa de mim no executivo em regime de permanência? Desenvolvi um bom trabalho como vice-presidente e com os pelouros que me estavam atribuídos? Os acordos concretizados por mim foram benéficos para a câmara da Covilhã?”. A resposta será positiva, na visão de Vítor Pereira. “Não se questiona nem se questionará a competências da pessoas”, disse, acrescentando que “não são questões de natureza da competência, não são questões da natureza do desempenho positivo ou negativo do trabalho, são questões de outra índole”. A decisão tomada a 31 de agosto – que Carlos Martins lamentou não lhe ter sido comunicada previamente – “não foi uma punição”, disse ainda Vítor Pereira que considerou o problema algo “semelhante às diferenças e bons e maus momentos que existem nas famílias”. Carlos Martins continua então num executivo que Vítor Pereira considera reduzido para o trabalho que a gestão do município exige e o vereador pretende pôr uma pedra no assunto: “Sobre esta novela que andou a ser alimentada por terceiros, da minha parte não há mais nenhuma declaração”. Na mesma reunião, foi anunciado que a Câmara da Covilhã está a procurar encontrar uma solução para o pagamento da compra do estacionamento da Praça do Município nos próximos dias, depois de ter falhado a primeira tentativa de conseguir financiamento junto da banca. Vítor Pereira manifestou o objetivo de apresentar uma solução definitiva que poderá passar pela constituição de um sindicado bancário. No final do mês de julho e após um diferendo judicial que opôs a autarquia e a Parque C, proprietária do silo-auto subterrâneo, foi alcançado um acordo que previa o pagamento de 8,5 milhões de euros. O montante teria de ser transferido até 2 de setembro e resultava na passagem de propriedade da estrutura para o município, mais precisamente para a esfera da empresa municipal ICOVI – Infraestruturas e concessões da Covilhã. A consulta ao mercado financeiro não teve o resultado esperado e a Câmara não foi capaz de cumprir o pagamento, algo que agora exige a procura de outras saídas para o problema. Como lembra presidente da Câmara, Vítor Pereira, disso depende o cumprimento do acordo e a consequente poupança de meio milhão de euros alcançado através das negociações com a Parque C. “Acredito que não há uma solução única, mas não esqueço a questão do pagamento dos juros, pois não podemos que o meio milhão de euros que poupámos com esta transação seja agora consumido em juros, porque isso era o pior que nos podia acontecer”, explicou o edil na reunião do executivo de sexta-feira, dia 18. Os vereadores da oposição Pedro Farromba (Movimento Acreditar Covilhã) e Nelson Silva (independente) defendem que a autarquia volte a dialogar com a empresa. “Ou ficamos a aguardar pelas propostas dos bancos ou podemos, em paralelo, voltar à mesa das negociações e procurar, com o acordo que já existia, encontrar uma solução eventualmente mista”, afirmou Pedro Farromba. Nelson Silva, por seu turno, considerou “importante” o retomar do diálogo, mas prevê que “a única alternativa que a empresa terá é aceitar um plano de pagamento a 30 anos, porque essa é a única forma de acomodar isto na tesouraria do município”. |
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