Está formalizada a criação do Centro de Competências Cloud Computing (CCC) da Universidade da Beira Interior (UBI). A assinatura do memorando de entendimento que dá início ao processo foi feita na sexta-feira, dia 18, entre o reitor da UBI, António Fidalgo, e Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR), pouco mais de um mês depois da data inicialmente prevista.

Desta vez, e ao contrário do que aconteceu em agosto, o documento prevê o financiamento de 1,5 milhões de euros disponibilizados por fundos comunitários, criando condições para que a UBI centre a investigação científica, inovação tecnológica e desenvolvimento social e económico da região.

O CCC surge na sequência do desafio lançado pelo Governo para que três instituições do Interior do País – UBI, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Universidade de Évora – fizessem nascer estruturas que acrescentassem inovação a sectores económicos das suas áreas de influência. A UBI, dada a proximidade com o centro de dados construído pela PT e empresas tecnológicas instaladas na região, avançou com a área do Cloud Computing.

Ana Abrunhosa justificou o apoio ao CCC precisamente por assentar nessa base. “Não tivemos dúvidas em relação a este centro, pelas competências que a Universidade tem, pelas infraestruturas tecnológicas que são importantes que esta região tem e pelo cluster de indústrias que existe neste domínio”, disse a responsável.

Sem se referir ao adiantamento da assinatura do memorando, cuja versão inicial António Fidalgo se recusou a assinar, por não incluir o financiamento de 1,5 milhões, tal como acontecia com os centros das congéneres da UBI, Ana Abrunhosa disse que “o dinheiro nunca foi problema” e congratulou-se pela conclusão do processo.

O Centro de Competências deixa cair a designação de Cloud Computing e Saúde, mas nem por isso esta área deixa de integrar o trabalho que será desenvolvido. O CCC terá uma amplitude mais vasta, abrangendo ainda os serviços partilhados, nearshoring, e a administração pública, como explicou o reitor da UBI. Neste campo da modernização administrativa, irá ser desenvolvido um projeto piloto com a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE).

O CCC, tal como os das outras duas instituições de Ensino Superior dos territórios de baixa densidade abrangidos por esta estratégia, irá ter um papel importante no desenvolvimento da região, defende António Fidalgo. “E agora é um enorme desafio que a Universidade tem pela frente para pôr a funcionar não só a produção em termos meramente científicos, mas para puxar efetivamente por toda a região em termos sociais e económicos”, defendeu o reitor da UBI, acrescentando: “É isso que se pretende. Que este Centro de elevado potencial seja um dinamizador e acelerador da economia da região e que consiga inverter aquilo que tem acontecido nas ultimas décadas, que é o despovoamento e o empobrecimento do Interior e que traga emprego qualificado”.

Com a oficialização do memorando, as entidades envolvidas na sua criação do CCC – UBI, CCDR-C e Fundação para a Ciência e tecnologia – darão início à seleção do diretor do mesmo, através de concurso público internacional. Depois, será constituída a equipa, que deverá ter recursos humanos altamente qualificados. “Queremos atrair o que há de melhor no mundo e que depois se envolva a comunidade”, concluiu Ana Abrunhosa.