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Fernando Dacosta na tertúlia "Grãos de Literatura"
Mónica Simão · quarta, 23 de setembro de 2015 · A obra “Viagens Pagãs”, de Fernando Dacosta, foi apresentada, no dia 17 de Setembro, na Biblioteca Municipal do Fundão, no âmbito da terceira sessão da tertúlia literária “Grãos de Literatura”. A apresentação foi feita por Manuel da Silva Ramos, escritor covilhanense. |
Os escritores Fernando Dacosta e Manuel da Silva Ramos e o Presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes |
21983 visitas A tertúlia "Grãos de Literatura" recebeu, na sua terceira sessão, o escritor Fernando Dacosta. O penúltimo livro do autor, “Viagens Pagãs”, foi a obra apresentada, num encontro moderado por Manuel da Silva Ramos. Na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade o público ficou a conhecer uma obra que conta com sete crónicas acerca dos locais que o escritor visitou e que refletem a presença de portugueses e da identidade coletiva nacional. Durante a apresentação do livro, que foi escrito depois do autor ter recebido um convite da editora, Dacosta partilhou com a audiência histórias acerca das suas vivências e das aventuras e marcas que o povo português deixou por onde passou. O autor, caracterizado por Manuel da Silva Ramos como o "viajante insubmisso da memória portuguesa”, transporta, na obra “Viagens Pagãs”, os leitores por geografias e realidades distintas. Lugares como o Brasil, a África e os Açores são palco de fundo para as histórias contadas pelo escritor, por vezes acompanhado de personalidades como Augustina Bessa-Luís, Marcello Caetano ou Samora Machel. Com o tema das viagens sobre a mesa, Dacosta afirmou que o povo lusíada sempre foi muito bom a escrever e a navegar e que foram essas duas características que fizeram com que Portugal fosse um país mais visível aos olhos da Europa. "Os cancioneiros chamaram a atenção dos países da Europa para Portugal", relembrou o autor, "e depois foram as navegações. As viagens são um elemento identitário da maneira de o português ser", acrecentou. Dacosta adiantou ainda que a história de Portugal foi construída por dois tipos de indivíduos. Pelos sedentários e pelos andarilhos. No grupo dos sedentários é feita uma referência a personalidades como o Infante D. Henrique, Salazar e Fernando Pessoa, homens que, segundo Dacosta "construíram mundos extraordinários sem se mexerem". Já a categoria dos andarilhos conta com figuras como o Padre António Vieira, Camões e Agostinho da Silva. A tertúlia, que contou também com a participação do Presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, encerrou com a partilha de histórias entre o público e o autor. Com mais de vinte obras publicadas, Fernando Dacosta foi galardoado com vários prémios, entre eles o Grande Prémio de Romance Círculo de Leitores, dois prémios Gazeta e o Prémio Fernando Pessoa. |
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