Questões de natureza “funcional e orgânica” são as razões avançadas pelo líder do executivo municipal da Covilhã, Vítor Pereira, para retirar a vice-presidência da autarquia a Carlos Martins. Uma decisão anunciada na tarde de segunda-feira, dia 31 de agosto, e que mantém o antigo presidente da junta de freguesia da Conceição no executivo municipal socialista com a gestão de vários pelouros, alguns partilhados pelo chefe do órgão.

“É uma decisão que decorre de uma reflexão amadurecida, longa e solitária, a qual foi sempre pontificada por uma infinita paciência e tolerância”, disse Vítor Pereira à Agência Lusa, numa declaração onde explicou que “era chegada a hora de alterar a orgânica do executivo e torná-la mais funcional”. Não será nomeado um outro vice-presidente num executivo municipal, avançou ainda à agência de informação, em declarações difundidas pelo Diário Digital. Na mesma ocasião, o edil disse manter a confiança política em Carlos Martins.

O executivo da Câmara da Covilhã é gerido pelo Partido Socialista, que nas autárquicas de 2013 elegeu três vereadores, contra dois do Movimento Acreditar Covilhã, um do PSD e outro da CDU. Mais tarde, em janeiro de 2015, foi negociado um acordo de incidência governativa, que levaria Joaquim Matias (PSD) a integrar o executivo, com funções a tempo inteiro.

Ainda no mesmo dia, Carlos Martins clarificou que se manterá na autarquia, cargo para o qual foi eleito como número dois da lista do PSD. “Eu vou estar durante muitos anos no município da Covilhã para servir as pessoas e o concelho. Fui eleito na lista do PS, sou o segundo elemento da lista do Partido Socialista na câmara da Covilhã, só não sou o presidente”, sublinhou o também presidente da Comissão Política Concelhia dos socialistas, à Rádio Cova da Beira (RCB).

O dirigente partidário falava no final da uma reunião da Concelhia onde foi aprovada uma moção de apoio que solicita a reposição da vice-presidência a Carlos Martins. O documento foi aprovado por maioria – com quatro abstenções – e, segundo a emissora fundanense, considera que a decisão de Vítor Pereira é “imponderada”. Refere ainda o papel do ex-vice presidente na vitória do partido, há quase dois anos: “Se o PS ganhou a autarquia, o deve em grande parte a Carlos Martins que sempre que foi candidato venceu sucessivamente a maior junta de freguesia do concelho”.