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“Vamos mostrar aos pais que os filhos ficam bem entregues na UBI e na Covilhã”
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 2 de setembro de 2015 · @@y8Xxv A poucos dias de serem conhecidos os resultados da 1.ª Fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) tem um programa de integração preparado para receber os novos estudantes. A presidente da AAUBI, Francisca Castelo Branco, dá a conhecer a forma como vão ser acolhidos os “caloiros” e perspetiva o próximo ano. Fala ainda da possibilidade de uma recandidatura à Associação. |
Francisca Castelo Branco lidera a AAUBI desde janeiro deste ano. Abre a porta a uma nova candidatura |
22037 visitas - Que iniciativas estão preparadas pela Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) para dar as boas-vindas a quem chega à Universidade da Beira Interior (UBI)? - A partir de segunda-feira, dia 7, na semana clássica das matrículas, vamos estar junto aos Serviços Académicos, em parceria com os Serviços de Ação Social da Universidade da Beira Interior (SASUBI) e com o Banco Santander para dar a conhecer todas as ofertas que a Universidade tem. Este ano, também vamos desenvolver a iniciativa quando forem colocados os estudantes da 2.ª Fase, uma altura em que chegam também muitos alunos. Depois, há aquela envolvente que nós criamos para receber os novos estudantes – o “Programa de Integração ao Caloiro” – com vários eventos. O primeiro é logo ali, através da campanha “O seu filho está bem entregue”, numa altura em que estão os pais e passamos logo a mensagem que esta cidade do Interior já é muito desenvolvida para os estudantes e que a UBI tem as suas ofertas para além dos estudos. Dizemos que de facto os filhos ficam bem entregues e que podem confiar. É um momento que custa um pouco e também já passamos por ela. Na semana seguinte começam as aulas, no dia 14, e temos a festa no BA, que é a chamada “Introdução ao Bar Académico”, em que mostramos as instalações da sede e um pouco do que podem viver aqui, embora a Universidade não seja só festa. Teremos o “Chorão de Molho”, dia 17, e que é já um clássico. Fazemos jogos na Piscina Praia e utilizamos o Jardim do Lago, para levar os estudantes para outra parte da cidade. Embora a Faculdade de Ciências da Saúde esteja nessa zona, as restantes estão cá por cima e nas nossas atividades temos o cuidado de trocar impressões. Os alunos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas acabam por ficar muito recolhidos na zona de cima e a ideia é movimentá-los.
- No final, há Semana de Receção ao Caloiro, que já tem programa. Qual a novidade deste ano? - Será o fecho do programa de integração, entre os dias 17 e 24 de outubro. Já é conhecida como a melhor do País, até porque para nós é a maior aposta. Este ano temos uma pequena mudança, que espero que seja bem recebida. Para o primeiro dia vamos recuperar um evento que já existiu há alguns anos, que é o ArtUBI, e que vai ser no dia 17. A ideia é espalhar pela cidade as várias formas de arte. Temos a arte urbana, com o Wool, temos o teatro, com o Teatro das Beiras e a ASTA, com quem vamos entrar em conversações, e há música na cidade, com várias academias. Queremos aproveitar ainda o que temos na UBI, como o Design de Moda, essa parte mais artística dos cursos. À parte disso, o programa é semelhante: o “Warm Up” no BA, no início de tudo, dia 18 a Serenata, à noite, a primeira dos caloiros, e segue-se a clássica semana na ANIL, com a Latada a 21. Já lançamos muitos nomes de artistas e estamos a apostar claramente no que é nosso, no que é português. Pelo feedback que tivemos dos alunos, a Semana Académica foi focada no mesmo tipo de música e agora tentamos alargar horizontes.
- A UBI não tem tido problemas com praxes e a Associação Académica manteve contactos com o Forum Veteranum, nos anos anteriores. Estão atentos para que não existam situações menos boas? - Sim. Antes de terminar o ano passado tivemos o cuidado de reunir com a Reitoria e com Sisenando Fontes, do Forum Veteranum, para sensibilizar esta organização não formal, para que tudo corra bem. Da nossa parte, tentamos sempre estar a par do que acontece e vamos tentar visitar frequentemente os sítios de reunião de preparação para a Latada, acompanhando de perto. Daremos a conhecer a equipa da Associação aos caloiros, para saberem que há aqui pessoas com que podem contar. A ideia da praxe é sempre no sentido integrador e espero que não perca esse sentido. Vamos também puxar por esse sentido através da praxe solidária. Temos dois projetos que anunciaremos em breve. Um deles é com o Banco Alimentar Contra a Fome, a quem vamos ajudar na mudança de sede. No ano passado, a praxe solidária foi muito bem conseguida, mas cada curso escolheu uma atividade. Agora queremos uma interação entre cursos, pondo-os a trabalhar ao mesmo tempo.
- Houve uma boa receptividade no ano passado para esta atividade? - Na altura foi difícil sondar, mas o feedback é positivo. Os estudantes não estão cá só para tirar um curso e é importante para a formação do carácter e de um bom cidadão. Isto é um bom começo: na hora da entrada ajudam estas instituições e cria nos alunos uma vontade solidária.
- A UBI tem uma imagem de marca que aponta para uma comunidade académica muito próxima. É também essa ideia que querem passar aos novos estudantes desde o primeiro momento? - Sem dúvida. É de todo o interesse manter esse hábito. Temos de ter presente que eles saem de casa, das suas cidades e rotinas, mas depois todos acabam por ter saudades. A Covilhã, como costumo dizer, é uma mini Coimbra. É uma cidade que tem muitas coisas viradas para os estudantes e temos todo o interesse em manter essa ideia.
- Além deste plano de integração, que outros apoios têm preparados para os alunos? - Aqueles que fazem parte da estrutura da Associação. Iremos lançar o nosso site, para haver um acompanhamento mais fácil. Temos a Secção Pedagógica, que este ano esteve muito presente, porque é importante ter um acompanhamento mais presencial. Há Secção de Saúde e Ação Social, que leva a cabo projetos de sensibilização e rastreios. Vamos dar a conhecer o Fundo de Apoio Social (FAS), que agendamos com os presidentes das faculdades para a altura das apresentações de cada uma. Nessa altura vamos dar a conhecer as bolsas, como concorrer, o que é que elas permitem, quando saem os resultados... temos ainda o Desporto Universitário, que é uma parceria com os SASUBI e que também contribui para a multidisciplinariedade dos alunos. Vamos tentar sempre acompanhá-los. Nesta parte inicial é importante que eles saibam o que existe, que há ajudas e não estão sozinhos.
- Havia a intenção de abrir a Biblioteca da AAUBI para os estudantes estudarem. Está disponível neste ano letivo? - A Universidade tinha o projeto da Sala Aberta, que funciona 24 horas, e que foi para a frente, porque era muito importante. Na altura falamos com os responsáveis da Biblioteca para ter essa parceria. Temos a nossa sala aberta e vai ser uma aposta, com um horário de funcionamento mais alargado. Na Sede há ainda a Biblioteca e a papelaria, com preços muito acessíveis e que poderá começar a funcionar com entregas ao domicílio.
- Que expectativas têm quanto à primeira fase de colocação de novos alunos para a Universidade? - Desejamos que a UBI tenha um bom resultado. Somos uma Universidade do Interior e tal como as outras, estamos a passar dificuldades pelo histórico do País e da descida da natalidade. O número de candidatos foi superior ao ano passado, em termos nacionais, e a nossa expectativa é boa. Temos a noção que somos uma instituição à altura das outras e que tem cá pessoas a trabalhar que permitem ofertas formativas muito boas. Há cursos que chamam mais a atenção, mas há outros com menos vagas, sem nomes tão sonantes como Medicina ou Engenharia Aeronáutica, que estão a funcionar muito bem. Por tudo isso, esperemos ter uma taxa de ocupação alta.
- Este ano, mudaram algumas regras da atribuição das bolsas do Programa +Superior, com a UBI a distribuir estes apoios por todos os cursos. Foi uma mudança positiva? - É sempre difícil alterar um processo que está já implementado. Tentamos limar algumas arestas juntamente com o restante movimento associativo e foi bom aumentar as vagas e chegar a todos os cursos porque, se fosse pela média, privilegiava sobretudo algumas formações. Agora continuamos a trabalhar nisso, tal como com o regulamento de atribuição das restantes bolsas.
- Em que áreas o movimento associativo dos estudantes do Ensino Superior, no qual está integrada a AAUBI, vai dirigir o foco ao longo do ano letivo? - Temos um conjunto de propostas que apresentaremos ao Presidente da República, aos vários partidos políticos e que daremos a conhecer a nível local. Aquilo é uma junção de todos os problemas das académicas nacionais. Não é uma pergunta fácil, porque criamos um livro com a nossa proposta, que diz que tudo está mal. Pegamos no que existe – e já existiram melhorias – para aperfeiçoar. Houve alargamento do número de bolsas. É mau? Não. Era um dos nossos marcos, mas a plataforma está atrasada. Vamos sempre passo a passo e trabalhando em conjunto. Ir ter com a quem decide, ouvi-los também, porque não se pode trabalhar na base da imposição. Foi assim que este ano conseguimos algumas coisas. As prioridades, sem dúvida, são esta parte da ação social, ainda que existam muitas coisas no ensino superior que tenham de ser trabalhadas, muito pelo que vem aí nos próximos anos, não só pela demografia e geografia.
- Faltam três meses para acabar o mandato, o que falta ainda fazer? - Do programa com que nos candidatamos há muita cosa feita. A maior parte era de reorganização interna, que é muito do que se faz quando se entra de novo. Desse ponto de vista a nível financeiro havia algumas surpresas que felizmente resolvemos; dentro da estrutura, temos uma boa relação com os funcionários, com quem também aprendemos e fizemos balanços do que estava menos bem. Uma aposta que no nosso ponto de vista não foi tão bem conseguida foi a ligação com os colaboradores das secções e muito por causa da reorganização interna que nos ocupou muito tempo. A nível desportivo funcionámos muito bem, apesar de ser uma área difícil, de coordenação dos treinos e das provas que organizamos, além da ligação com os SASUBI. Temos a capela, que não está esquecida. Está em ótimas condições e em afinação de pormenores, porque não são fáceis. Queremos tentar responder a todos e não impor uma religião. A biblioteca está arranjada e pronta para abrir ao público. Uma grande brandeira e que funcionou foi a colaboração com a Universidade e a Câmara Municipal, que é muito importante. Nós somos estudantes e temos que mostrar que queremos trabalhar juntos e desempenhar estes cargos com responsabilidade.
- Está em perspetiva uma recandidatura? - O nosso projeto é para dois anos. Este era de reestruturação, pormos a máquina a funcionar de acordo com a nossa forma de pensar e lidar com as coisas. Há coisas a aperfeiçoar, como o trabalho com os núcleos, que são mini-associações. A ideia é fazer um segundo mandato, se tivermos equipa. Depois da reestruturação, temos a máquina a funcionar como queremos e é mais fácil, nomeadamente na aposta nos núcleos e nos colaboradores. |
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