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UBI recusa assinar memorando “discriminatório”
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 12 de agosto de 2015 · @@y8Xxv O Centro de Competências em Cloud Computing e Saúde previsto para a UBI não tinha contemplado o financiamento de 1,5 milhões de euros, que estão inscritos para as estruturas das congéneres universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e Évora. António Fidalgo mantém a intenção de fazer tudo para criar a unidade, mas pede o mesmo comprometimento financeiro. |
À mesma hora que estava marcada a assinatura dos memorandos, António Fidalgo explicava o porquê de não ter assinado |
21975 visitas A ausência da cláusula que define o financiamento do Centro de Competências em Cloud Computing e Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C), levou a que António Fidalgo não aceitasse rubricar o memorando de entendimento que tem como objetivo a criação daquele centro. A assinatura do documento esteve agendada para a última sexta-feira, dia 7, na Reitoria da UBI, o mesmo local onde as universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e de Évora (UE) rubricariam documentos semelhantes, com as CCDR’s das suas regiões, Norte e Alentejo, respetivamente, mas acabou por ser transferida para Coimbra. Uma mudança relacionada com o facto de António Fidalgo ter recusado assinar o referido memorando. É que se os três documentos são estruturalmente idênticos e enquadram a formalização e funcionamento dos centros de competências que cada uma das instituições se propõe criar, o da UBI diverge na ausência do ponto 2, do 5.º artigo. Ou seja, enquanto as restantes CCDR’s se comprometem a financiar com 1,5 milhões anuais os centros das suas regiões, a CCDR-C não contempla qualquer verba para a estrutura da UBI. António Fidalgo foi perentório na recusa em assinar os termos do acordo. “A CCDR-C não esteve disposta a incluir o ponto que os outros dois memorandos de entendimento tinham. Considerei que haveria uma clara desvantagem da UBI relativamente às outras duas universidades e, portanto, participei ao senhor ministro [Poiares Maduro] que se isso não fosse contemplado eu não assinaria o protocolo”,explicou o reitor da UBI à comunidade académica, à mesma hora que os reitores da UTAD e UE assinavam os respetivos protocolos, não na Covilhã – como inicialmente esteve agendado - , mas em Coimbra. A sessão, que manteve a presença de Miguel Poiares Maduro, ministro Adjunto do Desenvolvimento Regional, e Nuno Crato, ministro da Educação, foi remarcada e passou para a sede da CCDR-C depois da posição assumida por António Fidalgo e após contactos com Ana Abrunhosa, responsável pela Comissão de Coordenação, e com Poiares Maduro, ministro que em 2014 lançou o desafio às três universidades localizadas em territórios de baixa densidade para criarem centros de investigação e transferência de conhecimento, com base na economia local, que pudessem assumir-se como centros de referência internacional nas áreas da vinha e do vinho (UTAD), Cloud Computing e Saúde (UBI) e Água e Energia (UE). Ora a ideia base do membro do Governo é a mesma para as três instituições, os objetivos e o modelo de funcionamento também, e o processo de negociações foi concluído em diálogo com as CCDR’s, todavia, no final, para a UBI faltava o comprometimento (compromisso relativamente ao financiamento com o dinheiro para recursos humanos, equipamentos e, ainda, bens e serviços, o que só foi percebido pela instituição na quinta-feira, já depois das 18h00, quando foram enviadas as versões finais dos memorandos. Depois dos contactos com Ana Abrunhosa, que manteve recusa em afetar verbas e com Poiares Maduro, que disse a António Fidalgo que não podia imiscuir-se nas negociações entre as universidades e as CCDR’s, o reitor tomou a decisão final de não assinar. “Perante a recusa da CCDR Centro em acrescentar esse ponto ao memorando com a UBI, tornava-se-me impossível assiná-lo”, escreveu o reitor da UBI, na mensagem enviada aos elementos do Conselho Geral, também na sexta-feira. Em Coimbra, Ana Abrunhosa acabou por ser a anfitriã de uma cerimónia que caucionava a aposta de outras duas regiões dos País na criação de centros de excelência internacional, enquanto a zona Centro via o seu projeto adiado. A responsável afirmou à comunicação social presente na cerimónia, que o projeto da UBI precisa de amadurecer alguns aspetos. “Só estamos disponíveis a afetar valores quando os projetos estiverem num determinado estado de maturidade. No caso da Universidade da Beira Interior, tem de se trabalhar um pouco melhor o projeto, sobretudo na componente empresarial”, disse a presidente da CCDR-C. Na Covilhã, António Fidalgo lembrava que o montante tinha sido acertado numa das últimas reuniões, precisamente o mesmo que aparece nos outros três memorandos. Questionado sobre qual será o futuro do projeto, admite que a situação “é delicada”. O desafio que foi lançado pelo ministro Poiares Maduro “faz todo o sentido”, considera, e “é do interesse da universidade” prossegui-lo. “Portanto, no que está dentro do nosso alcance, tudo faremos para o concretizar. Agora, é necessário haver financiamento. E imagino que a CCDR-C também está obviamente interessada no projeto. Não podemos é aceitar uma discriminação deste tipo”, conclui o responsável. Entretanto, na região, duas autarquias manifestaram apoio à prossecução do Centro de Competências em Cloud Computing. Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, anunciou que vai questionar o ministro Poiares Maduro com o objetivo de esclarecer a situação, dizendo ainda estar desagradado com a “descriminação negativa”, disse à Agência Lusa, declarações mais tarde difundidas pelo Diário Digital de Castelo Branco. Quanto a Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão, disse esperar que tudo não passe de uma questão melhoria da letra do documento, já que entende que a área da computação e saúde “é vital para a região e apoia transversalmente todos os setores”, segundo afirmou à Rádio Cova da Beira (RCB). |
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