“Sala Andrzej Litewka” é a nova designação da 9.38 da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (FE-UBI). Foi desta forma que a instituição homenageou o docente polaco que contribuiu, ao longo de 17 anos, para o crescimento da área da engenharia na Covilhã, lecionando as disciplinas de Resistência dos Materiais e de Estruturas. O reconhecimento teve lugar na sexta-feira, dia 31, durante a visita do ex-docente à Universidade.

“É muito difícil dizer qualquer coisa”, disse durante a homenagem Andrzej Litewka, que deixou a atividade na UBI há sete anos. “Isto é uma surpresa muito grande e terá de passar algum tempo. Só depois compreenderei bem o que ocorreu aqui, porque nunca pensei que um dia a Universidade da Beira Interior fosse atribuir o meu nome ao sítio onde eu ensinava os alunos”, disse, com alguma emoção.

Apesar de nunca ter pensado que algo pudesse acontecer, os elementos da UBI consideram que é uma homenagem justa. Vários elementos da unidade estiveram presentes para aquilo que João Lanzinha considera “recordar aqueles que contribuiram, cada um à sua maneira, para fazer do curso [de Engenharia Civil], um curso de excelência”. De Andrzej Litewka o vice-presidente da FE-UBI recorda “a contribuição muito significativa” para que isso acontecesse, com “a sua maneira de estar, a sua maneira de explicar e na relação que tinha com os alunos”.

Andrzej Litewka nasceu em Kielce, na Polónia, em 1938 e licenciou-se na Universidade Técnica de Poznan, em Engenharia Civil. Veio para a UBI em 1991 e foi um dos seis professores daquele país da Europa Central a responder positivamente ao convite lançado pelos responsáveis da UBI para virem para a Covilhã suprir a falta de docentes. E isto permitiu à UBI “dar um salto qualitativo”, como destacou Mário Raposo.

“É importante salientar que, na década de 1990, a UBI enfrentava um grande desafio, que era saber como é que ia dar um salto qualitativo a nível nacional e internacional. Faltavam-nos docentes qualificados e foi nessa altura que o Professor Passos Morgado [primeiro reitor da UBI], mais alguns professores na altura ligados a nós, como Pinto Peixoto, avançaram para contratações na Polónia, que ajudassem no desenvolvimento das áreas da engenharia. Um desses, de facto, foi o professor Litewka”, lembrouo vice-reitor da UBI.

De 1991 a 2008, ano em que participou na cerimónia da última aula, Andrzej Litewka esteve na UBI a contribuir e assistir ao crescimento de uma jovem instituição do Interior do País. Hoje, olha para a academia e salienta que “muita coisa mudou”, quando recua 24 anos, até à altura da sua chegada.

“A Universidade era muito pequena naquela época, com poucos professores e pouca experiência. Tinha alguns docentes visitantes, das outras instituições portuguesas, que organizaram de facto esta universidade. O grupo dos professores polacos que chegou comigo, davam-me algum apoio, mas foi tudo feito pelos portugueses”, explica.