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Estágios Ciência Viva levaram alunos do Secundário a investigar no CICS
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 29 de julho de 2015 · @@y8Xxv Ao longo de uma semana, em três estágios diferentes, seis estudantes do 10.º ao 12.º estiveram no CICS - Centro de Investigação em Ciências da Saúde em tarefas que são rotineiras para muitos dos investigadores desta unidade da Faculdade de Ciências da Saúde. E deram o tempo por bem entregue. |
Além de algum enquadramento teórico, as estudantes puderam fazer experiências como se fossem cientistas profissionais |
21968 visitas Seis alunos do Ensino Secundário dispensaram dias de férias de verão para viver, durante uma semana, as rotinas de um cientista. Experimentaram os laboratórios do CICS – Centro de Investigação em Ciências da Saúde e conviveram com profissionais que trabalham em duas das áreas que estão a ser desenvolvidas nesta unidade da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI). A passagem pela Covilhã aconteceu no âmbito dos três estágios organizados na instituição incluídos no programa Ciência Viva no Laboratório – Ocupação Científica. Vieram de fora da Covilhã – à exceção de uma participante –, e praticamente só conheciam a FCS-UBI de nome. Ao longo dos cincos dias de duração de cada estágio, que terminaram na sexta-feira, dia 23, os jovens cientistas escolhidos para “Cultura e diferenciação de células estaminais neurais”, que teve duas sessões coordenadas por Raquel Ferreira, e “Preparação de uma vacina de DNA para tratamento do cancro do colo do útero”, com orientação de Ângela Sousa, tiveram oportunidade de realizar algumas experiências que fazem parte das rotinas destas investigadoras. “O que se pretendeu foi que as alunas aprendessem técnicas básicas de laboratório através de tarefas que poderão ser rotineiras caso elas queiram optar por esta linha de trabalho no futuro e também terem acesso a um tipo de cultura que é específico do trabalho que fazemos no nosso grupo, que foi o isolamento de células estaminais de morganho”, explica a investigadora do CICS, que integra o Brain Repair Group, Raquel Ferreira. No caso do estágio desenvolvido por Ângela Sousa, do Bioprocess and Biomolecular Research, as selecionadas acompanharam algumas etapas da área da biotecnologia que poderão levar ao desenvolvimento de uma vacina para atuar no combate ao cancro do colo do útero. “A parte prática é a mais gira. Nós temos que ouvir a teórica, mas quando somos nós a fazer é sempre melhor”, salientou Laura Taborda, de 16 anos, Escola Secundária Campos Melo, da Covilhã. A estudante esteve no estágio orientado por Raquel Ferreira e, tal como as outras participantes, nunca tinha tido oportunidade de utilizar os instrumentos de laboratório tão desenvolvidos. “Considero que é uma excelente ideia”, salienta Ângela Sousa, ao comentar as atividades da Ciência Viva. “Realmente os alunos que vêm de 10.º, 11.º e 12.º não têm possibilidades de contactar com os laboratórios de investigação e acabam pode não ter ainda uma ideia muito concreta do que é que se faz e como é que funcionam”. Brenda Touro, que veio da Figueira da Foz e diz ter “gostado muito de estar no CICS”, elogia o programa da semana, que lhe permitiu “perceber o trabalho que é desenvolvido pelo grupo [Bioprocess and Biomolecular Research]” e fazer algumas técnicas que desconhecia. A acompanhá-la na mesma atividade, Romana Esteves, de Alenquer, mostrou-se surpreendida com os passos necessários para a obtenção de uma vacina. “Surpreendeu-me um bocado a dimensão da investigação e do trabalho que está por trás disto tudo”, admite, acrescentando que aquilo que é dado na escola é mais fácil de visualizar em laboratório: “Adquirimos mais conhecimentos e mais facilmente”. Divulgar o CICS e a Faculdade de Ciências da Saúde esteve também entre os objetivos dos estágios. “Numa primeira leva, ganham o conhecimento da instituição”, considera Raquel Ferreira, acerca daquilo que considera serem as vantagens da iniciativa. “É muito importante. Por isso, optei por escolher um aluno de uma cidade mais distante e outro de mais perto da Covilhã para que os de fora tenham a noção do que é uma instituição na Covilhã e os de cá também a conheçam”, explica. Outro dos propósitos passou por ajudar os estudantes a descobrirem a sua vocação, algo que foi transversal às propostas das duas investigadoras. “Podem ter uma perspetiva e depois quererem seguir estas profissão, ou pelo menos, saberem o que é que se faz em determinadas áreas de investigação que estão associadas a determinados cursos superiores”, explica Ângela Sousa, enquanto Raquel Ferreira, destaca que selecionou precisamente os alunos que mostraram maiores na escolha de uma formação. Maria Leonor Saavedra, de Lisboa, frequentou uma escola profissional e vai agora para o ensino regular. Acompanhou o trabalho de Raquel Ferreira e, quando ouvida pelo Urbi@Orbi, ainda se dizia “indecisa quanto à área a seguir”, mas confessa que sempre gostou de “todas as áreas da ciências”. “Porque há tantas, é difícil escolher”, disse. Depois desta participação no Ciência Viva no Laboratório – Ocupação Científica, terá certamente mais elementos para começar a definir o futuro. |
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