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Alunos da Secundária Campos Melo e LabExpoRad estudam gás radão na Covilhã
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 15 de julho de 2015 · @@y8Xxv O projeto durou um ano e envolveu seis alunos da Campos Melo e o Laboratório instalado do UBIMedical. Os resultados mostram que as localidades do norte do concelho evidenciam maiores índices de radão e o estudo pode abrir portas a novas investigações. Certas são as mais-valias de envolver os estudantes nesta forma de divulgação da ciência e do Ensino Superior. |
Os resultados do estudo foram apresentados no UBIMedical, na última semana |
22006 visitas Seis alunos da Escola Secundária Campos Melo andaram um ano à procura de conhecer os níveis de radão no concelho da Covilhã. O projeto resultou de uma parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI), mais especificamente com um dos laboratórios do UBIMedical, o LabExpoRad. Os resultados foram conhecidos na última semana e apontam para maiores concentrações daquele gás, que emana do granito, nas localidades mais a norte, mas esse conhecimento é apenas uma das mais-valias desta colaboração que permitiu a alunos do Ensino Secundário praticar ciência, com a ajuda da UBI. Sandra Soares, coordenadora do LabExpoRad, desafiou Regina Almeida, docente da escola sedeada na cidade da Covilhã, e seis alunos quiseram participar. Estes “aventureiros”, munidos dos equipamentos do Laboratório, partiram então em busca dos valores de radão no ar e na água de 28 localidades. A avaliação contemplou salas das sedes de junta de freguesia, lares de idosos, ou espaços de saúde, e ainda fontes de água, como chafarizes. De fora ficaram Peraboa, Paul e Verdelhos, “por ausência de resposta das juntas de freguesia”, explica Sandra Soares. Na quinta-feira, dia 9, os alunos finalizaram o projeto com a apresentação dos resultados, no UBIMedical, perante uma assistência que incluía autarcas das localidades e docentes da UBI, entre outros responsáveis, como o vereador da autarquia, Jorge Torrão. De resto, a Câmara da Covilhã também colaborou com o projeto, transportando os jovens cientistas aos locais. Os resultados não surpreenderam Sandra Soares, a docente da UBI que já tinha feito um estudo do género na Guarda. Na Covilhã foi a primeira vez. “Nós conhecemos a região em que vivemos. Portanto, não é uma surpresa para nós”, explica. Uma zona onde há grande concentração de granito uranífero e, por isso, também é normal encontrar radão, um elemento do urânio que compõe esta rocha. Sendo gás, mistura-se com o ar e a água, podendo ser inalado ou ingerido. No entanto, os resultados não devem ser interpretados de forma alarmista. Não só porque o estudo foi feito em apenas alguns espaços de cada freguesia, mas porque as consequências da própria exposição ao radão são variáveis. “Como é que eu sei se estou em risco ou não? Medindo. E por isso há os limites estabelecidos por lei e as recomendações que podemos seguir. E portanto se eu souber, se eu conhecer muito bem o ambiente onde estou a viver ou a trabalhar, consigo lidar com isso e arranjar formas de mitigar o radão. Aqui é fundamental saber o que é; saber se existe; conhecer o meio e a partir daí tomar as medidas de precaução, se tiverem que ser tomadas”, explica Sandra Soares, acrescentando que são importantes ações de divulgação e está em perspetiva elaborar uma brochura com alguns esclarecimentos sobre este gás. O projeto recebeu vários elogios. Isto porque serviu para desenvolver nos alunos o gosto pela ciência e mostrar como é o Ensino Superior, como tem sido recorrente na instituição, através desta e de outras iniciativas que envolvem escolas secundárias da região. “Ganham a relação com o Ensino Superior que eles acham que é muito distante, que está muito longe deles”, salienta Sandra Soares, que acrescenta: “Faz com que este tipo de alunos que se interessam logo no Secundário por ser diferentes, por ter uma atividade diferente, se interessem pela ciência que eu acho que é fundamental”. Opinião partilhada por Regina Almeida, que também teve um papel fundamental na iniciativa. “Faço um balanço muito positivo. Foi uma mais-valia para os alunos, que começam ambientar-se a estes trabalhos, não só de investigação como também de apresentação ao público, que acho que é muito importante”, conclui. A sessão contou ainda com Isabel Cunha Dias, pró-reitora da Qualidade, que destacou a importância da parceria que tem existido entre a UBI e as escolas da região, neste caso da Campos Melo, onde as portas estão sempre abertas, “seja para receber estágios dos estudantes da UBI ou para as visitas que os alunos do fazem”. |
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