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Partidos políticos interagem pouco com os cidadãos via Internet
Urbi · quarta, 10 de junho de 2015 · @@y8Xxv A conclusão é de um estudo coordenado pelo professor catedrático da Faculdade de Artes e Letras, Paulo Serra. |
21976 visitas Os partidos políticos portugueses com representação na Assembleia da República não exploram a Internet para promover a interação com os eleitores. Esta é uma das conclusões da investigação coordenada pelo professor catedrático do Departamento de Comunicação e Artes da Faculdade de Artes e Letras (FAL), Paulo Serra. O estudo foi desenvolvido desde 2012 e concluiu que os websites são usados pelos partidos políticos sobretudo para divulgar a sua mensagem e não para dialogar com os cidadãos. “A partir dos resultados obtidos, é possível concluir que a maioria dos cidadãos acede aos sites à procura de informações atualizadas e com a expetativa de estabelecer um diálogo através de ferramentas que, aparentemente, favorecem a interação nos próprios sites ou nas redes sociais”, explica o estudo, que acrescenta: “A realidade é que, geralmente, os partidos não participam das conversas online nem nos diálogos que, a acontecerem, não ocorrem entre os políticos e os comentadores, mas apenas entre os segundos, o que resulta numa comunicação ‘horizontal’”. Na análise foram tomados como referência os sites – e possibilidades de interação de cada um – dos cinco partidos políticos com representação parlamentar: Centro Democrático e Social-Partido Popular (CDS-PP), Partido Social Democrata (PSD), Partido Socialista (PS), Partido Comunista Português (PCP) e Bloco de Esquerda (BE). Após a análise dos sites destas forças políticas, de um inquérito, entrevistas a responsáveis de comunicação dos partidos e um focus group, os investigadores apontam para “que a presença dos partidos políticos portugueses na Internet não contribui para a realização dos seus objetivos no domínio das relações públicas, que deviam estabelecer e manter ligações benéficas”. No entanto, a divulgação de informação prevalece sobre a promoção de uma vida política mais participativa, situação semelhante a outros países. Apesar de a “web 2.0 ter criado um novo espaço público para o debate e conversa de orientação política”, dizem ainda os elementos dos projeto, “não depende da tecnologia que haja implicações para a esfera pública”. Apresenta ainda dados relevantes no que concerne ao comportamento dos portugueses na ligação com os partidos, via web. Os números dizem que 20 por cento dos portugueses visita os sites dos partidos políticos, mas só uma percentagem mínima o faz regularmente. Mais de metade dos cidadãos garante que não acede por não estar interessado em política, quase 20 por cento porque escolhe informar-se através dos media e cerca de cinco por cento porque acha que nas páginas dos partidos apenas vai encontrar propaganda. |
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