Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Relação entre GNR e media locais estudada em tese de doutoramento
Urbi · quarta, 3 de junho de 2015 · @@y8Xxv José Carlos Gonçalves defendeu provas do 3º Ciclo na Universidade da Beira Interior, depois de estudar a realidade do distrito de Castelo Branco. |
As provas foram defendidas a 15 de maio |
21972 visitas A estrutura distrital de Castelo Branco da Guarda Nacional Republicana (GNR) tem um acesso privilegiado aos órgãos de informação local, mas os media têm o poder de selecionar o que é notícia. Esta é uma das conclusões da tese de doutoramento em Ciências da Comunicação que José Carlos Gonçalves defendeu na Universidade da Beira Interior (UBI), com orientação do docente da instituição José Ricardo Carvalheiro e coorientação de Teresa Cierco, da Universidade do Porto. O trabalho de investigação partia de duas questões, segundo o aluno da UBI, também ele militar da GNR: “Através de que forma ou formas, os jornais ou rádios, a nível local, concretizam uma lógica de relação permanente com a polícia? e de que maneira é que o poder detido por cada campo em estudo se manifesta na relação que os mesmos possam manter entre si?”. Com o título “A relação entre os media e a GNR em Portugal, a nível local, à luz da teoria dos campos”, defendeu nas provas realizadas a 15 de maio que “os dados empíricos recolhidos proporcionaram a interpretação dos mesmos e permitiram extrair diferentes conclusões, de entre as quais se destaca ter ficado vincado que a intenção final dos agentes que se disputam socialmente passa pela legitimação pública”. Ainda, então, que a GNR tem acesso “privilegiado aos media locais no distrito” e que a força de segurança “consegue a cobertura noticiosa que mais lhe convém” e que o poder dos media reside “essencialmente em selecionar e ter a última palavra no que é notícia, face ao poder da polícia (GNR) de se constituir como fonte de informação”. Os meios, valorizam também a proximidade através dos seus enquadramentos e, no âmbito desta ligação entre jornalistas e militares, ambos os campos valorizam a credibilidade na interação acontecida. Segundo José Carlos Gonçalves, estas conclusões permitem conhecer a relação existente “que não tinha sido estudada nos termos em que aconteceu” e identificar “as formas de relacionamento entre si e as estruturas de organização de cada lado na interação existente”. Permitiu ainda identificar os interesses de cada campo em estudo, bem como as estratégias utilizadas na relação que mantêm. Ao nível do poder dos campos na relação que mantêm, foi possível identificar aquele que é detido por ambos. As provas tiveram como júri Rogério Santos (Universidade Católica), Joaquim Fidalgo (Universidade do Minho) e Hermenegildo Borges (Universidade Nova), Teresa Cierco (Universidade do Porto). Da parte da UBI, integraram a avaliação dos docentes da Faculdade de Artes e Letras Paulo Serra, João Correia, Anabela Gradim e José Carvalheiro. |
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