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“Alumni”, finanças e internacionalização marcam aniversário
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 6 de maio de 2015 · @@y8Xxv No dia em que a UBI assinalou 29 anos, foi lembrado o início do Ensino Superior na Covilhã e a importância que os antigos alunos podem desempenhar no futuro da instituição. Um futuro onde a captação de estudantes internacionais tem também um papel a desempenhar, de acordo com António Fidalgo, que voltou a lembrar o subfinanciamento da instituição. |
António Fidalgo, durante o discurso no aniversário da UBI |
22000 visitas No dia em que a Universidade da Beira Interior (UBI) assinalou 29 anos, houve uma efeméride que marcou as comemorações: os 40 anos de Ensino Superior na Covilhã, com o início das aulas no então Instituto Politécnico. Foi por aí que António Fidalgo, reitor da instituição, começou o discurso na cerimónia do 30 de abril e esse passado esteve sempre presente, por exemplo, quando falou da importância atribuída à chamada que tem sido feita aos antigos alunos, numa perspetiva de futuro. Mas houve mais nas intervenções oficiais do reitor, Paquete de Oliveira, presidente do Conselho Geral, e Francisca Castelo Branco, presidente da Associação Académica: as realizações do último ano e, sobretudo, o subfinanciamento da Universidade e a necessidade de internacionalização. “Ao mesmo tempo que comemoramos o 29º aniversário da Universidade da Beira Interior, estamos a celebrar os 40 anos do ensino superior a região. De facto foi e 17 de Fevereiro de 1975 que tiveram lugar as primeiras aulas leccionadas no Instituto Politécnico da Covilhã”, disse na abertura do discurso António Fidalgo. E uma boa parte da intervenção serviu para falar da importância dos primeiros alunos, porque “foi graças a esse acto inicial dos 143 que hoje temos uma universidade com perto de 7 mil alunos”. Um dos esforços atuais da UBI passa por recuperar a ligação com os milhares de ex-estudantes, uma vez que garantir o futuro também passa por aí. Esse contacto entre a “família” com consciência ubiana tem sido aprofundado em encontros e através do novo site e serve de ponte também para promover a UBI, com vista ao estabelecimento de parcerias: “O atual quadro comunitário de apoio, o Portugal 2020, privilegia a competitividade da economia portuguesa e que implica necessariamente uma estreita colaboração entre as empresas e as universidades”. Empresas onde estão muitos formados na Covilhã. E para a Universidade, a captação de fundos assume uma importância redobrada, na medida em que tem de enfrentar os modelos de financiamento que prejudicam a academia. As contas do último exercício apontam para um défice financeiro a rondar os 1,6 milhões de euros, que foram compensados pelos saldos. “Tenho chamado a atenção para esta injustiça que é o financiamento unicamente baseado no histórico e não na realidade vigente das instituições mediante uma fórmula de financiamento”, salientou, prometendo continuar a “pugnar tenazmente por um financiamento baseado numa fórmula, e não é só por nos ser mais favorável, mas porque é muito mais justo e adequado ao desenvolvimento das instituições de Ensino Superior”. Paquete de Oliveira tinha um exemplo para dar: as falhas no setor do pessoal não docente. “Já várias vezes a Reitoria afirmou publicamente que a UBI tem lacunas e falhas neste sector, com prejuízos evidentes para operacionalizar de modo mais dinâmico e rentável outras atividades. É verdade que conta com a dedicação e empenho daqueles de que dispõe, mas não é possível hoje em dia defender a modernidade de uma instituição sem recursos humanos suficientes e adequados”. Os constrangimentos financeiros não impediram, no entanto, investimentos que, com esforço deverão continuar. Foram recentemente lançados projectos no valor de três milhões de euros, para apetrechar laboratórios, foi criado o WorkIn@FCSH e o UBIMedical abriu portas. Com este projeto, a Universidade tem uma estrutura de investigação e de transferência de conhecimento na área da saúde que se espera que seja decisivo. “Com esta infra-estrutura, a UBI e a região estarão em muito melhores condições para elaborar boas candidaturas aos programas do Centro 2020 e de dar um contributo significativo ao relançamento da economia da região sobre novas bases”, lembrou António Fidalgo. O reitor da UBI quer também lançar outras bases, mas para fora do País. A aposta é na internacionalização. Com o excesso de oferta formativa no Ensino Superior em Portugal, atrair estudantes do estrangeiro, em especial, dos países lusófonos pode ser uma solução. Na UBI esta estratégia já deu frutos, no mestrado integrado de Engenharia Civil, no atual ano letivo. Foram os alunos estrangeiros que permitiram manter em 2014/2015 o curso dentro da oferta do Concurso Nacional de Acesso. “Foi um esforço extraordinário na sua captação, mas que valeu bem a pena. E assim continuaremos, fazendo frente à grave crise demográfica, com a captação de alunos de todas as partes do mundo, em particular do mundo lusófono”, disse o responsável máximo da UBI, elogiando que essa tarefa esteja a ser assumida também pelo Governo. Quem também salientou o processo de internacionalização foi Francisca Castelo Branco. A presidente da AAUBI quer “uma academia mais aberta, no plano interno, para que seja mais acessível e dinâmica do ponto de vista social, pedagógico e económico”, mas igualmente no plano externo, para “se abrir à comunidade e ao mundo”. Para essas e outras melhorias, a dirigente estudantil diz-se disponível para trabalhar em conjunto, como afirmou na tomada de posse. Coube a João Queiroz, diretor-geral do Ensino Superior, representar a tutela na cerimónia. O secretário de Estado do sector não esteve presente “por motivos de agenda” e coube ao ex-reitor da UBI, deixar uma palavra de “felicidade” à instituição, em nome daquele responsável. Não destoou, abordando igualmente a importância da internacionalização, mostrando-se “optimista”. Lembrou as mudanças operadas no Estatuto do Estudante Internacional para este ano, que foram publicadas “muito cedo”, para que a organização e a programação do próximo ano lectivo, em relação aos estudantes internacionais, seja “adequada”. Referiu ainda um documento produzido por um grupo de trabalho liderado por João Guerreiro, que aponta as medidas a adoptar. “Destaco três categorias de acções que me parecem que vão de encontro àquilo que são os desafios e as estratégias do Ensino Superior. Um tem a ver com a promoção da mobilidade dos estudantes, professores, investigadores e pessoal não docente; outra com a promoção e internacionalização dos curricula dos nossos cursos e da aprendizagem digital; e uma terceira é o incentivo à cooperação estratégica, parcerias e o reforço das capacidades institucionais”, disse. Como é tradição, a cerimónia de aniversário incluiu o cortejo académico e a homenagem a funcionários e alunos que se destacaram no último ano. |
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