Elisa Pinheiro vai assumir a função de Provedora do Munícipe da Covilhã. Vítor Pereira, presidente da autarquia, anunciou na Sessão Solene da Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril que a ex-diretora do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior aceitou o convite que lhe dirigiu.

De acordo com o autarca, a nova figura municipal servirá para conhecer as preocupações, receber reclamações ou insatisfações decorrentes do trabalho desenvolvido pelo município.

“Estou certo que não podíamos ter encontrada uma personalidade mais adequada ao desempenho destas funções”, disse o autarca durante a cerimónia, onde definiu o perfil adequado para a provedoria: “Esse lugar deve ser ocupado por uma figura de prestígio incontestável, com percurso e currículo profissional assinalável, de reconhecido mérito na nossa comunidade e que dê a garantia de isenção e capacidade de acção para responder às solicitações dos nossos concidadãos”.

O gabinete da Provedora do Munícipe irá funcionar no rés-do-chão dos Paços da autarquia, para onde também foram anunciadas mudanças.

Com o objetivo de atrair pessoas ao centro histórico da cidade, a autarquia vai adaptar o espaço para “albergar uma sala de exposições permanente para os artistas ou produtores, que têm assim um local para exposições e uma cafetaria, entre outros”, explicou mais tarde Vítor Pereira.

Durante a intervenção solene, depois do elogios à revolução de Abril, o autarca centrou o seu discurso nas dificuldades encontradas aquando da tomada de posse e destacou a recuperação financeira que permite à Câmara não ter de aderir ao Fundo de Apoio Municipal, “um colete de forças”, segundo descreveu.

Ao mesmo tempo, lembrou as obras lançadas, destacando que, em Maio, será lançado o concurso para a adjudicação da cobertura do Teatro Municipal.

“Estamos a ultimar o projeto que nos permitira candidatar esta obra aos fundos comunitários que aí estão a chegar. A Covilhã precisa e merece uma sala de cultura com dimensão e dignidade e estamos a trabalhar para que a requalificação seja uma realidade a curto prazo”, salientou.

Durante a Sessão Solene da Assembleia Municipal, os vários partidos com representação no órgão destacaram os ganhos do 25 de Abril, com referências à situação local ou nacional.

Jorge Fael (CDU) criticou a asfixia do poder local pelo Governo que transfere para os municípios “funções sociais estruturantes que só o Estado pode assegurar de forma equitativa em todo o território” e apelidou de “criminoso” o processo de privatizações imposto ao longo das últimas décadas”, que retiraram ao País “instrumentos decisivos para o seu desenvolvimento e sem receitas para pagar a dívida”.

Ter capacidade de manter uma resposta social sustentada para com aqueles que ainda sentem necessidades, foi a posição assumida por Sandra Soares (PSD), lembrando que a economia “retomou o crescimento o emprego está a gerar oportunidades aos portugueses”.

João Bernardo centrou-se mais na realidade do concelho, onde disse que estão ainda por cumprir os ideais de Abril. O elemento do Movimento Acreditar Covilhã (MAC) justificou a afirmação com o muito que há a fazer “em matéria de liberdade de expressão e de exercício democrático de poderes”, uma vez que o “poder se exerce de uma forma mais ou menos absoluta, onde nem sequer se respeita o cumprimento das mais elementares obrigações de informação perante os órgãos eleitos”.

De volta ao plano nacional, Catarina Mendes (PS) disse que o País precisa de “outro rumo”, uma alternativa que “devolva ao povo a esperança num País que ofereça verdadeiras oportunidades aos seus cidadãos”.

O presidente do órgão, Manuel Santos Silva, fechou a sessão com um apelo ao diálogo na região, para incentivar o desenvolvimento das populações, no eixo que vai da Guarda a Castelo Branco.