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O valor das bandas filarmónicas
Vânia Marques · quarta, 29 de abril de 2015 · A Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI) recebeu a Professora Graça Mota para uma palestra onde apresentou o livro “Crescer nas Bandas Filarmónicas”. No âmbito das Jornadas Culturais da EPABI, a palestra do dia 23 de Abril pretendeu mostrar o papel que as Bandas Filarmónicas representam na construção da identidade musical dos jovens portugueses. |
Público no auditório da EPABI |
21998 visitas A diretora do Centro de Investigação em Psicologia da Música e Educação Musical (CIPEM), Graça Mota, apresentou ao público de que maneira as Bandas Filarmónicas influenciam a vida dos jovens em Portugal. Para compreender o estudo é preciso ter em conta a noção de identidade musical, que a professora define como “a maneira como queremos ser músicos, como nos queremos desenvolver musicalmente, ou com que estilo musical nos identificamos”. Nesta investigação “percebe-se que as bandas têm uma maneira própria de estar musicalmente, os seus reportórios, os seus convívios, que representam algo muito característico na cultura musical”, explicou. Do ponto de vista social, a professora esclareceu que existe uma “coesão social, uma pertença a alguma coisa”, onde os músicos têm o seu grupo de amigos com quem se identificam. O livro “Crescer nas Bandas Filarmónicas” inclui relatos de membros e ex-membros da banda sobre a sua vida musical. De acordo com entrevistas feitas, concluiu-se que, para a maioria, tocar numa banda é uma forma de vida. “O que ouvimos quando nos contavam histórias era que estar na banda é uma forma particular de estar musicalmente, e através de vídeos que fizemos das festas e ensaios, vimos que era importante o convívio com as pessoas e as relações com as instituições”, afirma Graça Mota. Outro aspeto que patente foi o facto de que “os músicos procuram a excelência”. A palestrante revela que os músicos “não se contentam em ir para a banda e aprender o básico, e hoje em dia ingressam em escolas de música ou conservatórias para aperfeiçoarem as suas capacidades”. Uma outra conclusão é a maior participação de mulheres nas bandas filarmónicas. Atualmente existe um maior número de mulheres nas bandas, no entanto, estas abandonam mais cedo que os homens. A diretora do CIPEM finalizou a sua palestra com as conclusões que resultaram da investigação. Para além de perceber o que é a identidade musical, conseguiu “entender que o contexto de pertença a uma banda é único e diferente de outros agrupamentos, e que cada pessoa tem aptidões diferentes a nível musical”. Ariana Cunha, aluna da EPABI, toca saxofone-alto e afirma que “foi uma palestra interessante e que é importante valorizar as bandas filarmónicas”. Ariana faz parte de uma banda e explica que “se não fizesse parte da filarmónica, provavelmente não teria seguido a área da música”, revendo-se no contexto da palestra onde, nas festas e com os amigos, se sente em família. O estudo inclui a participação da Escola Superior de Educação de Bragança, cuja população estudantil se enquadra no perfil dos jovens que crescem em bandas filarmónicas. |
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