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UBI reconhece papel de Mariano Gago no seu desenvolvimento
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 22 de abril de 2015 · @@y8Xxv Esteve envolvido no processo de aprovação da Faculdade de Ciências da Saúde e assinou um Contrato de Confiança com a UBI. O atual reitor e os docentes que o antecederam destacam o papel do antigo ministro para o crescimento da instituição e da ciência portuguesa. Um homem que deixa um legado importante na área. |
Mariano Gago (à esquerda), com Manuel Santos Silva, durante as comemorações do aniversário da UBI, em 2006 |
21961 visitas A criação da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), em 1998, e a assinatura de um Contrato de Confiança, em 2010, são dois momentos que o atual e os dois anteriores reitores da Universidade da Beira Interior (UBI) destacam no âmbito do trabalho de José Mariano Gago, enquanto responsável ministerial, na sua ligação com esta academia. O cientista que é mais facilmente associado ao papel de governante faleceu na última sexta-feira, dia 17, com a UBI a associar-se à homenagem que ocorreu na segunda-feira. Ao meio-dia, instituições de Ensino Superior e centros de investigação de todo o País fizeram um intervalo nas atividades para reconhecer o papel de Mariano Gago, que foi ministro da Ciência e Tecnologia nos dois governos socialistas de António Guterres, entre 1995 e 2002, e mais tarde da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, de 2005 a 2011, no período de governação de José Sócrates. Nos exteriores da FCS, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e do Polo principal – com elementos das faculdades de Ciências, Engenharia e Artes e Letras – também houve espaço para este tributo sobretudo simbólico. Na porta principal, entre outros docentes, investigadores e responsáveis da reitoria, esteve António Fidalgo. Para o reitor da UBI, desapareceu alguém que “vai ficar na história de Portugal como um político da ciência”, que se destacou “claramente” por ter sido “determinante na reformulação do sistema científico nacional”. O trabalho enquanto ministro do Ensino Superior também deixou marcas visíveis. A aprovação do RJIES – Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, legislação que continua em vigor para o sector e que prevê a possibilidade do modelo fundacional, é também destacado por António Fidalgo, por considerar que “é provavelmente o futuro das instituições”. E o futuro da UBI também mudou em 1998, quando como ministro participou na decisão de criar a FCS, outro momento salientado pelo atual responsável da UBI. Quem estava na altura muito por dentro do processo era Manuel Santos Silva, reitor entre 1996 e 2009. Recorda que “apesar das divergências que existiam muitas vezes, compreendeu” a importância de criar a nova escola. “Aliás, foi ele que me anunciou a aprovação e ainda disse: ‘...mas olha que eu votei a favor’”, lembra aquele que foi o reitor da UBI que durante mais anos dialogou com Mariano Gago, enquanto este ocupou funções governativas. “É uma boa recordação que nos fica”, acrescenta Manuel Santos Silva. Para João Queiroz, responsável máximo da Academia entre 2009 e 2013, o Contrato de Confiança rubricado no aniversário da instituição de 2010 é outro ponto alto. “Não pelo que representou em termos quantitativos”, explica, “mas sim pela importância em termos qualitativos da afirmação de um projeto para a UBI, alicerçado em prioridades e objectivos estratégicos”. O acordo previa o aumento do número de estudantes de Medicina, a implementação de algumas medidas internas e a subida do número de graduados. Um dos desafios que Mariano Gago lançou à Universidade da Beira Interior “a que a UBI conseguiu responder”, de acordo com João Queiroz, e “que acabaram por se revelar também fundamentais na afirmação da UBI no sistema universitário”. Além das reformas no Ensino Superior, os três docentes e investigadores que assumiram funções no cargo mais alto da reitoria ubiana convergem no elogio ao trabalho feito no desenvolvimento da ciência em Portugal. Que, de um ponto de vista global, também beneficiou a UBI. Manuel Santos Silva, que conheceu Mariano Gago ainda como estudante no Instituto Superior Técnico – “é a primeira memória que tenho dele, enquanto responsável da associação de estudantes” –, sublinha os impulsos que deu à produção científica nacional e a sua posterior internacionalização. “Portugal, com ele, deu um salto em termos científicos, também porque a financiou. É nesse campo que eu gosto de recordar o Professor Mariano Gago”, lembra Santos Silva, com João Queiroz, por seu turno, a lembrar que apostou “no desenvolvimento do Ensino Superior e na ciência como instrumento essencial para o futuro”. “José Mariano Gago foi, além de um grande político, um grande Homem da ciência e do Ensino Superior em Portugal”, sintetiza. |
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