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Quando ir ao Hospital é fazer de conta
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 22 de abril de 2015 · @@y8Xxv Centenas de crianças da região passaram pela oitava edição do Hospital Faz de Conta, uma organização do MedUBI. Mostrar que ir ao médico não tem de assustar foi um dos objetivos. |
No sábado, dia 18, a actividade de Hospital de Faz de Conta esteve reservado para a população em geral |
21972 visitas O Hospital Faz de Conta (HFC) voltou para a oitava edição e algumas centenas de crianças experimentaram levar as suas crianças ao médico. Neste caso, os seus bonecos. Com maior ou menor timidez, passaram pelos consultórios e ajudaram os alunos de Medicina no tratamento das maleitas a brincar, mas com um objetivo sério: fazer os mais novos perder o medo de ir ao médico e promover a educação para a saúde. A iniciativa do MedUBI terminou ontem, depois de mobilizar mais de uma centena de pessoas na organização. Os corredores de um sector da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI) foram devidamente decorados para criar o tal ambiente apelativo para os mais novos. É esse o objetivo do evento “e o motivo pelo qual já é realizado há tantos anos: é importante desmistificar o medo que as crianças têm da bata branca, porque é uma coisa que eles terão de fazer durante a sua infância e no resto da vida”, como explica Bárbara Santos, que integra a organização. Para esta aluna do quarto ano de Medicina, os resultados estão à vista: “São muito bons, porque depois as as crianças até ficam com vontade de ir ao médico para ver se está tudo bem com eles”. Há algumas que, pelo menos, querem pelo menos voltar ao Hospital Faz de Conta, que este ano durou uma semana e terminou ontem, terça-feira, 21. Beatriz, cinco anos, participou pela terceira vez na iniciativa. Em anos anteriores através da escola, uma de muitas da região que aceitam o convite do MedUBI. Desta vez, visitou com a mãe, Catarina Gamboa. Apesar da filha nunca ter tido “grande medo de ir ao médico”, considera que é importante a experiência, dando como exemplo “a demonstração da parte das vacinas e dos tratamentos”. Ou seja, oportunidade de mostrar um pouco o que pode acontecer num hospital a sério e, com isso, ajudar os pais numa situação futura. “A simulação da cirurgia, por exemplo, é muito importante, porque as crianças às vezes têm que as fazer e os pais podem aproveitar para explicar que é parecido ao que viram no HFC. Para que não tenham medo”, salientou no sábado, 18, no dia em que Hospital Faz de Conta promoveu um Dia Aberto, mais vocacionado para a população em geral. Os restantes foram preferencialmente destinados às crianças dos três aos sete anos, de estabelecimentos de ensino da região. No total, terão passado pelo HFC cerca de 700 crianças que este ano começaram pela explicação de como funciona uma ambulância. “O INEM disponibilizou-se a estar cá todos os dias”, explica Bárbara Santos, descrevendo que os participantes adquirem “noções de suporte básico de vida, do que é uma ambulância e que aparelhos é que tem”. Depois, foram direcionados para o HFC onde são as crianças que fazem a auscultação, avaliam o estado da visão e audição do brinquedo. Se o “paciente” tiver uma perna partida, um dos problemas mais recorrentes, segundo Bárbara Santos, vai ao raio-x e põe uma ligadura. Sempre com a ajuda do “pai” ou da “mãe”. Há ainda a demonstração da cirurgia, com as crianças devidamente equipadas de bata e touca. “No final, é entregue um livrinho que é preenchido o nome do boneco, do pai, que neste caso é a criança, e depois faz-se a prescrição, que aqui é feita com miminhos, abracinhos e beijinhos”, explica ainda Bárbara Santos. A passagem pelo HFC não acabava aí. Havia uma parte do programa que se relacionava com a educação para a saúde que, para Bárbara Santos, “é muito importante”. O teatro, centrado na divulgação das boas práticas de saúde, destacava o exercício físico e sedentarismo, “pelo facto das crianças estarem muito concentradas nos jogos e nos telemóveis em vez de brincarem com os colegas no recreio”, sublinha. Para as crianças dos cinco aos sete anos foi preparados num jogo de tabuleiro gigante, com perguntas que relacionadas com o tema do teatro. Terminava assim a visita ao Hospital Faz de Conta, que este ano contou com a colaboração de outros cursos como além de Medicina. Ciências Biomédicas, Farmacêuticas, Optometria, Psicologia, Design de Moda, Ciências da Comunicação e Arquitetura juntaram-se à organização para ajudar em tarefas como a construção dos cenários ou fazerem de guias das crianças. |
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