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Antigos alunos recordam Politécnico e surpreendem-se com a UBI
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 22 de abril de 2015 · @@y8Xxv O enfoque era para as turmas inaugurais de 1975, mas muitos outros estiveram na Covilhã no encontro Alumni, que juntou cerca de 160 pessoas. O crescimento da instituição e da cidade espantou alguns deles. |
O bolo comemorativo assinalou os 40 anos de Ensino Superior na Covilhã. |
21968 visitas Alguns vieram pela primeira vez, outros já tinha revisitado a academia onde se formaram há quase quatro décadas. Elementos das turmas que fizeram parte do ano inaugural do Instituto Politécnico da Covilhã (IPC), muitos deles a viver longe da Covilhã, voltaram a convergir para a cidade, agora para a Universidade da Beira Interior (UBI). Já ao final da tarde, num dos intervalos do programa do encontro Alumni do último sábado, dia 18, três antigos alunos contemplavam o edifício onde hoje estão instalados os Serviços Académicos e os gabinetes do Provedor do Estudante e Internacionalização e Saídas Profissionais. Certamente recordavam o espaço exíguo do seu tempo, quando comparado com aquilo que são hoje as instalações da UBI. “Está maior um bocadinho”, gracejou Francisco Costa mais tarde, quando questionado acerca das mudanças que encontrou na instituição e na cidade para onde veio estudar Engenharia Têxtil, em 1975, desde Fafe. As diferenças começaram logo no percurso que o trouxe ao convívio. Se viesse hoje daquela cidade minhota, Francisco Costa, que vive agora em Felgueiras, demoraria cerca de três horas a chegar à Covilhã, menos de metade do tempo da viagem na década de 1970. “A adaptação foi fácil, embora vivêssemos na ‘pré-história’. Não havia telemóveis e demorávamos seis horas e meia para chegar a casa. Só nas férias grandes é que íamos e, de vez em quando, telefonávamos à família do telefone fixo”, conta. Ainda assim, sair no ano seguinte para mais perto de Fafe não foi opção: “Os responsáveis da instituição tiveram a capacidade de recrutar bons professores que estavam a ser saneados das outras academias e o ambiente aqui sempre foi bom. Decorria o PREC no País e, em termos políticos, aqui era um sossego”. Passado algum tempo, já se consideravam covilhanenses. Quem o diz é José António Machado. Natural de Paços de Ferreira, fez parte de um grupo de alunos que estudava em Guimarães e se preparava para ingressar no Ensino Superior. Mas naquele período do pós-25 de abril muitas instituições estiveram de portas fechadas. Chegou a estar matriculado na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, mas depois ouviu “colegas dizer que na Covilhã iam abrir cursos”. “Para não ficar parado, vim para aqui”, recorda o antigo estudante do bacharelato de Administração e Contabilidade. Com ainda poucos alunos, no início eram 143 divididos pelos dois cursos, realidade bem diferente da atual - a UBI recebe cerca de cinco mil universitários -, “formou-se um grupo unido” e porque os que vieram do Norte raramente visitavam as famílias, o entendimento com os da Covilhã “era às mil maravilhas”, explica. E salienta: “Acabámos por ser mais covilhanenses”. Francisco Costa pode ter ficado surpreendido pela dimensão que a UBI adquiriu nas quatro décadas em que de IPC passou a Instituto Universitário da Beira Interior (IUBI) antes de conquistar o atual estatuto. Foi a primeira vez que veio a um encontro, ao contrário de José António Machado, que esteve no que se realizou há 10 anos, em 2005, apesar da UBI ter voltado a entrar na sua vida em 2003. Nesse ano, a filha veio para a Faculdade de Ciências da Saúde estudar Medicina. “Quando a minha filha se matriculou e tomei conhecimento do número de alunos, percebi que se tinha criado aqui uma cidade universitária e a Covilhã não tem comparação. Cresceu enormemente”, salienta. No encontro de sábado estiveram 160 pessoas, com destaque para essas primeiras turmas, que iniciaram as aulas a 17 de fevereiro de 1975. O evento foi organizado por uma comissão que além de uma missa de homenagem aos antigos estudantes falecidos, preparou uma visita ao Museu de Lanifícios e um espetáculo do Orfeão da Covilhã/Conservatório Regional de Música da Covilhã e da TunaMus – Tuna Médica da Universidade da Beira Interior. No final, houve bolo e mais confraternização, onde continuaram a recordar-se muitos momentos do passado. Mais um período para muitas conversas entre antigos colegas de curso e que também serve para manter a alma da UBI. “Procuramos com esta confraternização reforçar o elo da comunidade, da família ‘ubiana’. No futuro, estes alunos podem apoiar a Universidade”, salientou Carlos Melo, aluno desse ano inaugural e membro da Comissão Organizadora do evento. “Esta tem sido a ideia dos antigos alunos, desde que constituíram a sua associação”, acrescenta, desejando que os “encontros se tornem mais regulares”. O próximo está já marcado para a segunda quinzena de fevereiro do próximo ano, com enfoque para os estudantes do ano de 1975/76 e o desejo de que mais pessoas possam participar. Carlos Melo refere que, neste momento, estão recuperados os contactos de praticamente “todos os colegas ainda vivos”. Uma forma de manter o contacto com a UBI é através do site da Universidade, na secção Alumni, onde é possível aos ex-estudantes “manter e atualizar os dados, para que a instituição esteja habilitada com as suas informações”, explica Carlos Melo. Até porque o percurso profissional dos que se formam na Academia também é o resultado do que lhes foi ensinado. “O sucesso dos alunos é o reflexo daquilo que eles aprenderam aqui, quer enquanto IPC, IUBI ou UBI. Estão gratos pela formação que lhes foi conferida e lhes permitiu desenvolver as suas atividades profissionais nos mais diferentes sectores e com êxito”, conclui Carlos Melo. |
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