A renegociação  da dívida portuguesa foi defendida pelo Partido Comunista Português na Universidade da Beira Interior (UBI), que recebeu na segunda-feira, dia 13, mais uma audição parlamentar descentralizada. “A dívida, o euro, a crise: causas e saídas para um Portugal com futuro” foi o título da sessão onde a deputada Paula Santos aconselhou aquela estratégia, “para bem do País”.

“Este não é o País que queremos nem que desejamos e creio que não é o País que milhares e milhares de jovens querem uma vez que acabam por procurar uma oportunidade fora porque o seu país não lhe dá essa oportunidade”, disse a comunista, acrescentando que “a renegociação da dívida surge aqui como um instrumento para, de facto, desenvolvermos e podermos crescer do ponto de vista económico e garantir, assim, os direitos às populações”.

Tiago Sequeira, pelo contrário, defendeu e ilustrou não haver evidências de que a dívida pública portuguesa não é sustentável, quer pelo facto de nos últimos trimestres ter apresentado um claro abrandamento quer pela evolução das taxas de juro que têm decrescido acentuadamente.

Inês Zuber, que representa os comunistas no Parlamento Europeu foi mais longe e advogou mesmo a saída portuguesa do euro. De acordo com a parlamentar em Bruxelas, o nível de desigualdades em Portugal “tem aumentado no âmbito do euro”, ou seja, “os lucros sobem muito mais vezes do que os salários onde se verifica uma redução”.  Isto impede o desenvolvimento da economia, que não cresce “numa economia de baixos salários e de cortes em despesa e em apoios sociais”. Este “colete de forças”, para Inês Zuber, “não é suportável muito mais tempo”.

- Notícia corrigida às 17h25, de 15 de abril de 2015.